Um adesivo eletrónico que administra insulina através da pele poderá vir a acabar com a necessidade diária de injeções de muitos diabéticos. A criação, batizada U-Strip, está a ser desenvolvida por uma empresa norte-americana.
Um adesivo eletrónico que administra insulina através da pele poderá vir a acabar com a necessidade diária de injeções de muitos diabéticos. A criação, desenvolvida por uma empresa norte-americana, contém insulina suficiente para durar vários dias e tem potencial para se assumir como um método menos doloroso do que o convencional, mantendo a eficiência.
De acordo com o jornal Daily Mail, o U-Strip, como foi batizado, vem acompanhado de um dispositivo, o chamado “aplicador sónico”, que, ao ser encostado diretamente ao adesivo, envia ondas sonoras que abrem os poros da pele e fazem com que a insulina entre com rapidez na corrente sanguínea.
Segundo os primeiros ensaios clínicos realizados, nos EUA, com uma amostra de 100 voluntários dependentes de insulina, o adesivo inovador é capaz de fazer a substância chegar ao sangue de forma tão rápida e eficaz como uma injeção.
Os adesivos que libertam fármacos têm sido uma opção para finalidades como a terapia de substituição hormonal na menopausa ou o combate à dependência do tabaco. Porém, estes funcionam apenas com medicamentos compostos de pequenas moléculas, o que tem dificultado a criação de um método semelhante para a diabetes, visto que as moléculas da insulina têm grandes dimensões.
Ainda assim, a tecnologia desenvolvida pela Transdermal Specialties Inc. poderá ser a solução para o problema, já que, no momento em que as ondas sonoras chegam à pele, é aberto o caminho para a administração, sem problemas, da insulina.
Basta premir o botão do dispositivo que o acompanha, que tem um tamanho semelhante ao de um telemóvel, e estas ondas são produzidas, dilatando os poros e fazendo a insulina chegar ao sangue em segundos.
Ensaio clínico amplo está a ser preparado
O adesivo pode conter diferentes quantidades de insulina, o que torna possível personalizá-lo consoante as necessidades de cada paciente, e contém um “chip” de computador para que os médicos programem qual a quantidade que deve ser administrada diariamente ao organismo.
Como acontece com as injeções, o procedimento tem de ser repetido várias vezes ao dia para que os níveis de glicose se mantenham controlados, mas a empresa garante que o adesivo é à prova de água e se mantém na pele 24 horas por dia, mesmo durante o banho, sem perder as suas capacidades.
Em complemento, o adesivo “inteligente” é também capaz de transmitir dados à distância para um computador, enviando as informações sobre todo o processo ao médico que acompanhar o paciente.
Atualmente, a companhia norte-americana responsável pelo U-Strip está a preparar um ensaio clínico amplo com mais de 500 pacientes. Caso os resultados sejam positivos, o adesivo poderá vir a estar disponível nos próximos três anos.