Depois da demolição de dois edifícios da Administração macaense, a equipa do Instituto de Arqueologia da Academia Chinesa de Ciências Sociais iniciou as escavações no passado mês de abril. Daí resultou a descoberta de um troço da muralha com 1,5 metros de comprimento, 2,5 metros de altura e uma espessura de 1,27 metros.
“Trata-se de uma estrutura com um alinhamento de, pelo menos, cinco blocos de pedra e diversas camadas de uma mistura de solo de cor clara, formando um emparelhamento sucessivo, finalizado com tijolos cinzentos chineses”, explicam os especialistas em comunicado, acrescentando que “tendo-se efetuado um estudo comparativo com base em mapas antigos de 1760, 1886 e 1912 verificou-se que esses documentos ilustram precisamente esta antiga muralha da cidade”.
No entanto, resta apurar qual a real função desta muralha, desconhecendo-se se integrava o sistema defensivo da cidade ou se é apenas um segmento pertencente ao antigo Colégio de S. Paulo.
Além disso, os arqueólogos descobriram ainda um conjunto de relíquias que julgam ser da dinastia Qing e onde se incluem objetos de cerâmica, ladrilhos, telhas, conchas e balas de canhão em pedra.
Citado pela agência Lusa, o Executivo de Macau afirma que “a zona das Ruínas de S. Paulo é o eixo central do centro histórico de Macau e também o centro da indústria cultural e do turismo, pelo que terá um papel difusor e catalítico na economia de toda a região”. Por isso, foi já anunciada a continuação das escavações arqueológicas no seguimento da demolição de outros dois edifícios na zona.