A BLC 3 – Plataforma de Desenvolvimento da Região Interior Centro concebeu dois projetos de inovação tecnológica com vista à melhora da produção do Queijo Serra da Estrela e dos cogumelos silvestres nativos. Ambas as propostas foram aprovadas pela União Europeia que irá, agora, financiar as ações através dos fundos comunitários, aplicando um total de 522 mil euros.
No que respeita ao Queijo da Serra, a BLC 3 revelou, em comunicado ao Boas Notícias, que será desenvolvido, em parceria com a Universidade do Minho e com uma conceituada queijaria da região, um projeto de investigação aplicada.
O financiamento de 259 mil euros para esta iniciativa particular resultará na criação de um kit analítico capaz de diferenciar os queijos, na eliminação de bolores, na fatiagem do produto de acordo com os padrões de consumo e num embalamento de qualidade elevada.
Relativamente à produção de cogumelos silvestres nativos no interior do país, a verba disponibilizada será de 263 mil euros e o financiamento será canalizado para o lançamento de um projeto biotecnológico. Neste contexto, a BLC 3, em colaboração com o Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra e a Voz da Natureza, propõe-se avançar com um Centro de Micologia Aplicada.
Este novo organismo deverá fomentar a produção de inóculo de cogumelos silvestres e investigar biomoléculas para a produção de trufas. Estas, como fungos do solo, formam cogumelos silvestres cotados internacionalmente em cerca de 500 euros por quilo. A ação do futuro centro deverá desenvolver uma nova economia do centro interior do país através da valorização do território e dos recursos que ele gera.
O objetivo de ambos os projetos é impulsionar a produção tanto do Queijo Serra da Estrela, que, apesar de ser considerado um dos melhores de mundo, arrisca-se a entrar em vias de extinção, como dos cogumelos silvestres nativos. Estes últimos encontram-se subvalorizados mas, através da iniciativa que lhes diz respeito, poderão gerar atividades económicas de grande retorno financeiro.