Esta criação permite, por exemplo, investigar os processos desconhecidos por trás do andar humano, bem como formular teorias acerca do modo como os bebés aprendem a andar.
Um grupo de investigadores norte-americanos criou duas pernas robóticas capazes de imitar, da forma mais natural conseguida até hoje, o andar humano. Por apresentar caraterísticas muito idênticas às biológicas, o robô poderá ser determinante para os estudos na área.
A invenção foi dada a conhecer a semana passada no Journal of Neural Engineering. Trata-se de um robô, cujas pernas terminam numa anca, e que tem dois joelhos e dois tornozelos movidos, cada um, por nove músculos que produzem o movimento.
Os cientistas procuraram “imitar” a estrutura neuronal, músculo-esquelética e sensorial dos seres humanos e incorporá-la no robô, dando-lhe um caminhar mais realista do que aquele que tradicionalmente se vê neste tipo de máquinas.
Theresa Klein e Anthony Lewis, da Universidade do Arizona, nos EUA, reproduziram de uma maneira simplificada o padrão motor central (GPC), região situada na parte lombar da espinal medula e que controla a marcha humana, determinando o ritmo do andar e reagindo às interações entre o ambiente e o organismo.
Segundo os investigadores, esta criação permite investigar os processos desconhecidos por trás do andar humano, bem como formular teorias acerca do modo como os bebés aprendem a andar ou compreender como os pacientes que sofreram lesões na espinal medula poderão recuperar a capacidade de caminhar.
“Curiosamente, conseguimos produzir uma marcha, sem equilíbrio, que imitou o andar humano recorrendo somente a um padrão central parcial que controla as ancas e a um conjunto de respostas reflexas que controlam os membros inferiores”, salientou Theresa Klein em comunicado.
Este facto abriu para os especialistas a hipótese de que os bebés nascem com uma espécie de padrão central parcial e com o tempo “aprendem” o padrão mais complicado. “Este padrão oculto poderá ser o núcleo do padrão motor central e explicar como as pessoas que sofrem lesões podem voltar a andar se forem estimuladas adequadamente”, supôs Klein.
Clique AQUI para aceder ao estudo publicado no Journal of Neural Engineering (em inglês).
[Notícia sugerida por Vítor Fernandes]