Um novo tratamento contra o cancro que associa a quimioterapia a um agente alojado nas células cancerígenas da mama obteve melhores resultados do que a terapia tradicional.
Um novo tratamento contra o cancro que associa a quimioterapia a um agente alojado nas células cancerígenas da mama obteve melhores resultados do que a terapia tradicional, mostrando-se capaz de travar o avanço dos tumores e apresentando uma menor quantidade de efeitos secundários.
A conclusão é de um ensaio clínico, que se encontra na sua terceira fase, coordenado por Kimberly Blackwell, diretora do Duke Cancer Institute, situado no estado da Carolina do Norte, nos EUA.
Os resultados foram dados a conhecer no passado domingo durante a conferência anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica que decorreu em Chicago e, de acordo com Blackwell, este fármaco é “significativamente melhor do que os usados atualmente para controlar a evolução da doença”.
A investigadora afirmou também, em comunicado, que a droga em questão, denominada Trastuzumab Emtansine (e mais conhecida por T-DM1) “nos aproxima de um tratamento contra o cancro da mama que não acarreta os efeitos secundários da quimioterapia”.
Durante três anos, a equipa de Blackwell submeteu cerca de 1.000 pessoas com cancro da mama em estado avançado, caraterizado por níveis elevados de uma proteína – a HER-2 – que promove o crescimento das células cancerígenas, ao tratamento com T-DM1.
Para muitos dos participantes com este tipo de cancro, o fármaco mostrou-se eficaz, “colando-se” à proteína e interferindo com a sua capacidade de alimentar o crescimento tumoral.
Além disso, este tratamento causou menos efeitos secundários que a quimioterapia. Segundo Blackwell, alguns dos voluntários sofreram danos no fígado e uma descida da quantidade de plaquetas no sangue, mas a maioria não foi afetada pela perda de cabelo e pelas náuseas e diarreias comuns, consequência da terapia convencional.
“Como especialista que cuida de doentes com cancro de mama, considero que é importante existir um tratamento que seja, simultaneamente, eficaz e bem tolerado. É o que se passa neste caso e que contrasta com muitos dos tratamentos disponíveis hoje em dia. Este fármaco funciona”, concluiu a especialista.
Clique AQUI para aceder ao comunicado do Duke Cancer Institute (em inglês).