A nuvem de cinzas provenientes do vulcão islandês está a ser detetada em Évora graças a um equipamento único em Portugal, o sistema multicanal RAMAN LIDAR (Light Detection and Ranging) que pertence ao Centro de Geofísica (CGE) da Universidade de Évor
A nuvem de cinzas provenientes do vulcão islandês está a ser detetada em Évora graças a um equipamento único em Portugal, o sistema multicanal RAMAN LIDAR (Light Detection and Ranging) que pertence ao Centro de Geofísica (CGE) da Universidade de Évora. As nuvens foram detectadas pelo aparelho a quatro quilómetros de altitude. O LIDAR integra a rede europeia EARLINET (European Aerosol Research LIDAR NETwork), que tem 30 destes sistemas em 14 países europeus.
De acordo com Frank Wagner, responsável da estação do CGE na EARLINET, em declarações à agência LUSA os sistemas LIDAR, como o de Évora, são “muito importantes para verificar se as projeções meteorológicas da trajetória da pluma vulcânica estão corretas”, de forma a alertar o tráfego aéreo.
“Identificar as propriedades das cinzas”, para “calcular o seu impacto no clima, nas nuvens e na qualidade do ar” são outra das tarefas importantes deste equipamento.
O especialista adianta que se o vulcão islandês continuar com erupções e estas forem de “maior intensidade”, mais partículas chegarão a Portugal com mais implicações a nível ambiental com um eventual arrefecimento da temperatura, tal como aconteceu em 1991 com outro vulcão.
Quanto à natureza, o positivo é que “as cinzas vulcânicas têm componentes fertilizantes para as plantas”, mas por outro lado, “muitos vulcões emitem sulfato de óxido que, com água, dá ácido sulfúrico, o que é prejudicial”, alerta o especialista.
O vulcão Eyjafjallajokull fica 120 km a sudeste de Reiquejavique, capital da Islândia, e esteve na origem de seis dias de caos no espaço aéreo europeu. Esta semana voltou a entrar em atividade.
