É a primeira vez que a ONU faz um estudo sobre a felicidade dos países. O Relatório Mundial sobre Felicidade posiciona os países nórdicos entre os mais felizes do mundo. Portugal ocupa a 73ª posição numa lista que inclui 156 países.
Dinamarca, Noruega, Finlândia e Holanda encabeçam a lista e são os países considerados mais felizes, com uma avaliação média de 7,6 pontos numa escala de 0 a 10. Portugal obteve uma média de 5,4 posicionando-se no centro da tabela mundial.
Em contraponto, países da África subsariana como o Togo, o Benim, a República Centro-Africana ou a Serra Leoa são considerados os países com um índice de felicidade mais baixo, numa classificação que ronda os 3,4 pontos.
Além da riqueza, este relatório avalia dá valor aos níveis de liberdade política, a redes sociais fortes e à ausência de corrupção. A nível individual, também são essenciais variáveis como a saúde física e mental, a segurança no trabalho e um ambiente familiar estável
O Relatório, apresentado a 2 de Abril na Conferência sobre a Felicidade da ONU, foi encomendado à Universidade de Columbia e publicado pelo Instituto da Terra.
Os dados foram recolhidos entre 2005 e 2011, mediante a avaliação de vários entrevistados, maiores de 15 anos, aos quais foi pedido que avaliassem a sua qualidade de vida numa escala de 0 a 10.
Bem-estar mental é dos fatores que mais afeta a felicidade
A publicação demonstra ainda que, à medida que os níveis de vida foram subindo, a felicidade aumentou em alguns países mas não em todos – como é o caso dos Estados Unidos da América -, pelo que nem sempre a ligação entre riqueza e felicidade é proporcional.
Outro dado significativo é a observação de que o desemprego causa tanta infelicidade quanto a privação ou a separação. No emprego, segurança no trabalho e bons relacionamentos são fatores de maior satisfação do que um salário elevado e horas convenientes de trabalho.
Em relação à saúde, o bem-estar mental é o fator individual que mais afeta os índices de felicidade de qualquer país. No entanto, apenas um quarto das pessoas com problemas psicológicos nos países desenvolvidos procuram tratamento para a sua condição e ainda menos nos países em desenvolvimento.
Foi também verificado que, nos países desenvolvidos, as mulheres são mais felizes do que os homens, enquanto que nos países em desenvolvimento se passa o oposto.
Produto Interno Bruto é insuficiente para avaliar das sociedades
Nos últimos anos tem sido dada cada vez maior relevância aos índices de felicidade dos países. Em 2009, na 5ª Conferência Internacional sobre a Felicidade Interna Bruta, os vários profissionais internacionais participantes foram unânimes: o Produto Interno Bruto é uma ferramenta demasiado insensível e imperfeita para medir o sucesso das sociedades.
Há mais de 30 anos o Butão criou uma forma diferente de medir o bem-estar dos seus habitantes: a Felicidade Interna Bruta (FIB). Entretanto, os dirigentes do Centro de Estudos do Butão definiram nove indicadores para medir felicidade nacional: bem-estar psicológico, equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, vitalidade comunitária, educação, preservação cultural, proteção ambiental, boa gestão governamental e segurança financeira.
Sobre a questão, José Pais Ribeiro, professor da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto explicou ao Boas Notícias que, também em Portugal, “a formalização do FIB e a sua discussão […] pode chamar a nossa atenção para aspetos que são importantes e que tendemos a negligenciar”.
Clique AQUI para aceder a um artigo publicado pelo Boas Notícias sobre o índice de Felicidade Interna Bruta.
O Relatório Mundial sobre a Felicidade pode ser consultado na íntegra AQUI.