A Hungria escolheu, este fim-de-semana, a mais bonita mulher em cadeira de rodas do país num concurso de misses muito especial e inédito na Europa.
A Hungria escolheu, este fim-de-semana, a mais bonita mulher em cadeira de rodas do país num concurso de misses muito especial. O evento, o primeiro do género alguma vez realizado na Europa, contou com mais de 50 participantes e a vencedora fez questão de aproveitar a ocasião para destacar a necessidade de melhorar as condições de acesso dadas aos deficientes motores.
O concurso, batizado Miss Colours, foi organizado por Tibor Kazany, também ele um utilizador de cadeira de rodas há vários anos na sequência de um acidente rodoviário. Kazany explicou que a ideia se inspirou nos EUA, já que, em território norte-americano, a primeira competição de misses em cadeira de rodas se realizou em 1973.
Segundo o mentor do projeto, o objetivo foi alterar a visão que existe acerca destas mulheres. “O nosso propósito principal foi mostrar que as mulheres em cadeira de rodas são tão saudáveis e bonitas como as que andam pelas ruas com as suas duas pernas”, salientou Kazany, que acrescentou que “não há razões para ter pena destas mulheres porque elas conseguem ser tão atraentes como todas as outras”.
A eleita foi Katalin Eszter Varga, uma jovem de 26 anos escolhida pelo júri entre oito finalistas que subiram ao palco sobre rodas ao som de músicas de Rihanna e Maroon 5 exibindo vestidos da designer húngara Kati Zoob. Além disso, todas receberam serviços personalizados de cabeleireiros, maquilhadores e fotógrafos.
A miss coroada, vendedora numa perfumaria, começou a utilizar a cadeira de rodas há quatro anos e frisou que há muito trabalho a fazer na Hungria para facilitar a vida de quem está na mesma situação.
“É difícil ter acesso a muitos edifícios, as casas-de-banho para os deficientes estão mal desenhadas e há muito poucos hóteis que ofereçam condições para quem se desloca em cadeira de rodas”, contou Katalin que, no entanto, se mostrou otimista em relação ao futuro. “Tenho esperança de que esta realidade se altere”, confessou.
Já Marietta Molnar, que ficou em segundo lugar, revelou que foi “fantástico” estar rodeada de profissionais que as tornaram e fizeram sentir mais bonitas. “É importante para mim ser vista como uma mulher e não apenas como alguém numa cadeira de rodas”, sublinhou.
A iniciativa foi um sucesso e, de acordo com Kazany, deverá agora repetir-se anualmente, esperando-se que, no próximo ano, Erika Bogan, escolhida como miss cadeira de rodas norte-americana em 2010, faça parte do painel de jurados.
[Notícia sugerida por Elsa Martins]