O anúncio foi feito, como habitualmente, no Palácio de Seteias, em Sintra, por Francisco Pinto Balsemão, presidente do júri. Fernando Faria de Oliveira, António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, João Lobo Antunes, José Luís Porfírio, Maria de Sousa, Mário Soares, Miguel Veiga e Rui Magalhães Baião completam a equipa de jurados.
Num momento crítico da história como este que atualmente se vive, “torna-se imperioso e urgente prestar reconhecimento ao exemplo de uma personalidade intelectual, cultural, ética e cívica que marcou o século XX português”, escreveu o júri num comunicado sobre a escolha de Eduardo Lourenço.
Para o júri, do qual o próprio Eduardo Lourenço foi membro até 1993, este prémio pretende prestigiar o filósofo e a sua intervenção na sociedade, “ao longo de décadas de dedicação, labor e curiosidade intelectual, que o levaram à constituição de uma obra filosófica, ensaística e literária sem paralelo”.
“Eduardo Lourenço é um português de que os portugueses se podem e devem orgulhar. O seu espírito foi sempre reforçado pela sua cidadania atenta e atuante Portugal precisa de vozes como esta. E de obras como esta”, afirma ainda o comunicado.
Há que homenagear “a generosidade e a modéstia desta sabedoria, que tendo deixado uma marca universal nos Estudos Portugueses e nos Estudos Pessoanos, nunca desdenhou a heteredoxia nem as grandes questões do nosso tempo e da nossa sociedade”, acrescenta o texto.
“Não há dúvida que o nosso premiado é uma referência e o nosso país precisa de referências”, disse, por sua vez, Pinto Balsemão na entrega do prémio ao ensaísta e filósofo português.
Também Mário Soares destacou a importância deste prémio, especialmente nos dias de hoje, afirmando que “num momento como este, é particularmente importante dar o prémio a Eduardo Lourenço porque, para além de tudo, é um homem que acredita em Portugal e nos portugueses”.
Os escritores Herberto Hélder, Vasco Graça Moura, a pianista Maria Joao Pires e o bispo D. Manuel Clemente são apenas alguns nomes dos já premiados com este galardão.
A vencedora do ano passado foi a cientista Maria do Carmo Fonseca, directora executiva do Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa.
O prémio, no valor de 60 mil euros, é uma iniciativa do semanário Expresso e tem o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos.