O jovem cientista português Bruno Correia, 31 anos, desenvolveu em laboratório, através de modelos computacionais, uma proteína com potencial para combater o vírus da SIDA. O estudo baseia-se na sua tese de doutoramento feita na Universidade de Seattle e foi publicado na edição de Outubro da revista científica “Science”.
A equipa integrada pelo cientista português desenvolveu em laboratório, a partir de modelos computacionais, uma proteína com potencial para “criar anticorpos para neutralizar o vírus” da imunodeficiência humana (VIH).
O estudo de Bruno Correia, que se encontra há três meses a trabalhar no Scripps Research Institute, na Califórnia, poderá abrir caminho para uma vacina e vir a ser usado no tratamento de muitas outras doenças.
O artigo da revista científica “Science” conta com a participação de 13 cientistas. A parte que corresponde ao investigador português diz respeito ao desenvolvimento de métodos computacionais e experimentais para fazer modulação de proteínas.
A proteína e os anticorpos em laboratório
A proteína desenvolvida por Bruno Correia foi criada com uma função específica, ou seja, criar em laboratório “os pretendidos anticorpos eficazes contra o vírus”.
Segundo o jovem cientista, através dos métodos usados para criar a proteína é possível aperfeiçoar o desenho de enzimas com interesse biotecnológico, aplicações biomédicas e inibidores de doenças, biocombustíveis e até criar proteínas com funções totalmente novas.
As proteínas são as moléculas mais abundantes e importantes de qualquer organismo e a sua capacidade de intervir em quase todos os processos biológicos torna importante a capacidade de sintetizá-las em laboratório.
Utilidade da proteína no combate a várias doenças
A importância na abordagem do estudo de Bruno Correia e da sua equipa é que esta pode ser útil para acompanhar a alta taxa de mutação de alguns vírus, como o da gripe, que obriga ao lançamento de novos tipos de vacinas todos os anos. “O HIV é uma prioridade, mas há outras doenças”, explicou o jovem cientista português.
“Uma das coisas que é esperada da biologia computacional é uma medicina personalizada: perceber as caraterísticas do nosso genoma e criar uma medicação mais adequada”, acrescentou.
Clique AQUI para consultar o estudo na “Science”.
[Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes e Elsa Martins]