Há seis meses, Iyaad Syed corria sério risco de vida devido a um vírus que o fez entrar em falência hepática, conta a BBC. Dada a gravidade da situação, os médicos do King's College Hospital, em Londres, optaram por tentar uma nova técnica em vez de colocar o menino numa interminável lista de espera.
Os especialistas procederam, então, à implantação de células de doadores no abdómen de Iyaad, cobertas com uma substância química encontrada em algas para prevenir eventuais ataques por parte do seu sistema imunológico. Estas células atuaram como um fígado temporário, processando as toxinas e produzindo proteínas vitais.
Após duas semanas, o fígado de Iyaad começou a recuperar por si próprio. “Vê-lo assim, após seis meses, com uma função quase normal do fígado é impressionante”, confessou à BBC Anil Dhawan, um dos médicos do King's College Hospital, acrescentando que, antes, o bebé “estava tão doente que precisava de diálise e respirava por aparelhos”.
Também o pai de Iyaad, Jahangeer, se mostrou radiante e orgulhoso com a recuperação do filho, a quem chama “menino milagroso”, sublinhando que o procedimento devolveu a esperança à família.
Foi a primeira vez que esta técnica foi utilizada em todo o mundo. Além de possibilitar a fuga às listas de espera, uma das principais vantagens em relação ao transplante é que a implantação das células não exige a toma de imunossupressores, medicamentos contra a rejeição de um novo órgão.
O grande desafio é compreender se a técnica poderá ser utilizada em larga escala para ajudar outros pacientes com falência aguda do fígado, o que só será apurado com a realização de mais testes clínicos.