“Da Teoria à Ação – Empreender o Mundo Rural” é o nome do projeto que pretende levar espírito jovem a uma aldeia do interior alvo de desertificação. Até ao momento os resultados têm sido positivos e os habitantes de Querença agradecem a ajuda da equipa.
Sara Fernandes, responsável pela comunicação da Fundação Manuel Viegas Guerreiro, parceira do projeto, explicou ao Boas Notícias que uma das iniciativas envolve a recuperação de terrenos agrícolas abandonados. “Já cultivamos um deles e estamos a preparar outros para em breve semear”, explicou.
Além disso, estão a organizar uma bolsa local de agricultores, o “Clube de Produtores Locais”, cujo objetivo é “potenciar o escoamento de produtos locais”, disse Sara Fernandes, que também faz parte do grupo de nove estudantes que estão no local.
A Universidade do Algarve, colaboradora do projeto, está a trabalhar nos seus laboratórios na área da engenharia alimentar e na investigação de novos produtos agroalimentares.
Sara afirma que a população local está satisfeita com aquilo que tem sido feito. “No que toca à agricultura, foram várias as pessoas que cederam os seus terrenos para cultivo agrícola (cerca de 10 HA) e partilharam o seu conhecimento empírico adquirido pelo esforço da experiência prática”.
Mercado da aldeia e artesanato
Outra meta alcançada foi o renascimento do mercado local. Após vários anos da sua extinção, o Projeto Querença recuperou esta tradição cultural e voltou a trazer às bancas os produtos das hortas tradicionais da freguesia.
A primeira edição decorreu no passado dia 30 de Outubro e, segundo a organização, “trouxe centenas de pessoas” à aldeia, o que contribuiu para a venda de produtos da terra. No dia 11 de Novembro vão promover um magusto e no fim do mês tem lugar a segunda edição do Mercado Tradicional.
A equipa também já criou um Jardim Sensorial na Fundação Manuel Viegas Guerreiro e está, neste momento, a dar apoio a um projeto de promoção do artesanato, o TASA (Técnicas Ancestrais Soluções Atuais).
Ideia poderá ser replicada noutras aldeias
Os responsáveis pelo projeto afirmam ainda que têm sido contactados por vários grupos informais, associações e instituições – de norte a sul do país – interessadas, a nível nacional, em reproduzir a ideia noutros locais.
Os estudantes integrados no projeto são de várias áreas de formação, desde a restauração, à engenharia do ambiente, passando pelas finanças, biologia e arquitetura paisagística.
Depois dos nove meses de integração na aldeia, o objetivo será que alguns possam ficar definitivamente na região. “Acreditamos que, se se reunirem as condições mínimas, há interesse em residir nesta aldeia e a partir daqui desenvolver as várias atividades profissionais”, disse Sara Fernandes ao Boas Notícias.
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