Este é um marco histórico para os Soliga que podem agora recolher e vender produtos da floresta localizada dentro da reserva Rangaswami Temple Sanctuary. O direito foi reconhecido por membros do governo e termina com o impasse de mais de 30 anos no estado de Karnataka. Para a tribo este é também o fim dos medos de expulsão e proibição de caçar e cultivar, notícia a Survival International.
Em Janeiro deste ano, 1500 membros dos Soliga pensavam que iam perder as suas casas, quando o santuário foi requalificado como uma reserva de tigres, de forma a proteger os 30 animais da zona. Os Soliga insistiram que remover a sua tribo não era a solução para a proteção dos tigres, já que essa era uma preocupação que sempre haviam tido.
“Temos sido nós que olhamos pelos tigres. Vocês tiram-nos daqui, e nós levamos os tigres”, ameaçou o líder da tribo que preferia que lhe dessem veneno a expulsá-lo da sua terra.
Tendo em conta o Forest Rights Act, os Soliga usufruem agora de direitos legais para usar e proteger cerca de 60% da reserva. Os Soliga estão agora a trabalhar numa proposta para gerir a reserva de tigres em conjunto com as autoridades do estado de Karnataka, usando os seus conhecimentos tradicionais, refere a Survival International.
No estado de Karnataka vivem vinte mil Soligas e estão ligados a Biligirirangan Hills há gerações. O diretor da Survival, Stephen Corry, disse que “o governo indiano está agora a perceber que as tribos são as melhores conservadoristas. Afastá-las das suas terras ancestrais apelando à conservação é, não só, ilegal, mas também um ato de destruição das tribos e sinal de desastre para o ambiente local e vida selvagem”, cita a instituição.
[Notícia sugerida por Vitor Fernandes e Teresa Teixeira]