Ciência

O nosso cérebro é otimista por natureza

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Um estudo realizado por investigadores da University College London concluiu que o nosso cérebro é otimista por natureza. A pesquisa analisou vários indivíduos e os resultados indicam que as previsões que as pessoas têm sobre o futuro são, na maioria das vezes, mais otimistas do que negativas.

As pessoas tendem a ver o lado positivo da vida, é o que diz o comunicado de imprensa da universidade. Pode parecer estranho, ou até mesmo exagerado, mas é este o resultado de um estudo publicado na revista Nature Neuroscience.

Segundo o estudo, o responsável por esta tendência é o nosso cérebro, mais especificamente os lobos frontais, que “escolhem” a informação que querem ou não ouvir.

Para realizarem o estudo, os autores analisaram as respostas cerebrais de 14 pessoas, quando confrontadas com acontecimentos positivos e negativos. O resultado foi surpreendente, ao indicar que cerca de 80% das pessoas são otimistas, ainda que não o admitam.

Tali Sharot, líder do estudo, o professor Ray Dolan do Wellcome Trust Centre for Neuroimaging e Christoph Korn da Berlin School of Mind and Brain atribuíram uma nota a cada pessoa, de acordo com o seu otimismo.

Os voluntários foram sujeitos a uma ressonância magnética, enquanto eram confrontados com 80 eventos que pudessem vir a acontecer na sua vida. No fim do exame, voltaram a ser confrontados com as mesmas perguntas, para se identificarem possíveis variações nas respostas. 

Os investigadores conseguiram identificar algumas diferenças na atividade cerebral dos “otimistas”, consoante eram confrontados com boas ou más notícias. Por exemplo, como indica o comunicado, se uma pessoa previu que a probabilidade de vir a sofrer de cancro era de 40%, mas a real média é de 30%, eles ajustam a sua estimativa para 32%. Mas se a informação é pior que a esperada, eles tendem a ignorar os dados.

A justificação está nos lobos frontais. No geral, quando as informações eram melhores que o esperado, os voluntários mostravam mais atividade nesta zona do cérebro, mas perante informação negativa, os mais otimistas tinham menos atividade nos lobos centrais.

“O nosso estudo sugere que nós escolhemos a informação que ouvimos. Quanto mais otimistas somos, menos influenciados somos pela informação negativa que recebemos sobre o futuro”, explica o Dr Sharot, em comunicado.

“Isto pode ter benefícios para a nossa saúde mental, mas também tem o seu lado negativo”. O autor indica as mensagens contra o tabaco como um exemplo: “As mensagens 'fumar mata' não funcionam porque as pessoas pensam que as probabilidades de virem a ter cancro são baixas”.

Clique AQUI para aceder ao resumo do estudo publicado na Nature Neuroscience.

[Notícia sugerida por Vitor Fernandes] 

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