Jastaina tinha sido condenada, esta segunda-feira, em Jidá, cidade onde tinha sido presa em Julho, quando conduzia. Na Arábia Saudita, as mulheres estão proibidas de conduzir, no entanto, esta foi a primeira condenada a uma punição legal.
A decisão de anular a sentença, que surgiu apenas dois dias depois de o rei ter anunciado que as mulheres poderiam votar pela primeira vez, foi influenciada pela ação da Amnistia Internacional, que lançou uma campanha internacional de sensibilização.
A organização argumentou que “permitir que as mulheres votem está muito bem mas se vão ser chicoteadas por exercer o direito à liberdade de movimentos, então as reformas do rei significam muito pouco”. Shaima Jastaina recorreu da sentença e, esta quarta-feira, o rei cancelou a punição.
Apesar da discriminação que ainda existe neste país, as mulheres sauditas estão, cada vez mais, a desafiar o governo, conduzindo como forma de pressão e alerta para a situação das mulheres naquele país, que não só não podem conduzir como ainda precisam da autorização do marido para trabalhar e participar na vida pública.
São vários os vídeos publicados no YouTube que mostram mulheres a conduzir. Estas têm sido brevemente detidas, saindo em liberdade depois de assinar uma declaração afirmando que não voltarão a fazê-lo.
A princesa saudita Amira Tawil, confirmou a anulação da sentença de Jastaina na sua conta do Twitter. “Graças a Deus a flagelação de Shaima foi anulada. Graças a nosso amado rei”, escreveu. “Tenho a certeza que todas as sauditas estão felizes.”
[Notícia sugerida por Mafalda Almeida]