Em Alcácer do Sal, distrito de Setúbal, foi descoberta a sepultura mais antiga de um cão existente no sul da Europa, com cerca de 8000 anos. A descoberta foi feita por uma equipa de arqueólogos portugueses e espanhóis, da Universidade de Lisboa e da Universidade de Cantábria, Espanha e está inserida no projeto SADO-MESO.
A sepultura canina localiza-se nos Concheiros de Poças de S.Bento, em Alcácer do Sal. O caráter excecional da descoberta justificou a deslocação de técnicos do Museu Nacional de Arqueologia de Lisboa para remover a sepultura, tendo em vista a sua conservação e futura exposição ao público, avançou a agência Lusa.
Mariana Diniz, codiretora da investigação, em declarações à agência Lusa, adiantou que esta descoberta tem um “importante significado”, já que “até ao momento não havia nenhuma indicação de que no sul da Europa havia esta simbologia do cão”.
“Já sabíamos que no norte da Europa havia estes rituais de enterramento simbólico do cão, o único domesticado na Europa, mas no Sul não havia nenhuma indicação”, sublinhou a investigadora à Lusa.
O projeto é a prova que “já há 8000 anos as comunidades domesticavam o cão, um animal que tem uma função económica mas também simbólica”, adiantou Mariana Diniz à Lusa.
Segundo a arqueóloga, a sepultura estava coberta de conchas e muito organizada, o que mostra que “o ritual de enterrar o cão não era feito à toa, tinha um significado especial”.
Esta descoberta ocorreu ao abrigo do projeto SADO-MESO que tem como principal objetivo o estudo das últimas comunidades de caçadores-recolectores e dos processos de implantação dos primeiros grupos agro-pastoris, no baixo vale do Sado.
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[Notícia sugerida por Raquel Bâeta, Ana Isa Fernandes e por Xuxu Azevedo e Silva]