É considerado um dos mais promissores talentos da música portuguesa. O som de Frankie Chavez percorre o blues e o folk, acrescentando-lhes novos ambientes que lhe conferem um estilo único. Depois do sucesso do EP lançado em 2010, lançou em abril deste ano o seu primeiro álbum “Family Tree”. Em entrevista ao Boas Notícias, Frankie Chavez conta as viagens interiores e exteriores que conduziram à sua música.
Cresceu com a música, com o som que os irmãos ouviam e com as influências de Jimi Hendrix, Led Zeppellin e Dire Straits. Começou a aprender blues e teve aulas de guitarra clássica. Tinha nove anos quando começou. A partir daí a “paixão pela guitarra foi sempre a crescer”.
Frankie Chavez seguiu o seu caminho usando a música para “exprimir o que sentia sem para isso ter que escrever ou falar”. Fez um curso de gestão, seguiu uma carreira profissional na área, emprego que ainda hoje mantém, e mais tarde fez uma pós graduação em Marketing na Austrália.
E foi nesta viagem, há cerca de cinco ou seis anos, que Frankie delineou o seu caminho, aquilo que hoje ouvimos na sua música. Começou por fazer versões em baixo e, embora já tivesse feito parte de algumas bandas, “nunca tinha cantado”. Experimentou e gostou.
“Blues oriented”: o caminho da sua própria sonoridade
Seguiram-se mais viagens e escreveu os seus primeiros originais. As viagens permitiram-lhe ouvir outro tipo de música. Mas a que mais o marcou foi mesmo a estadia na Austrália onde permaneceu um ano e meio. Sempre que podia ia ver concertos de rua, “porque lá toca-se muito na rua”, e ele próprio também fez concertos ao ar livre.
Descobriu outras abordagens, outras afinações e, conheceu “um blues mais vasto” percebendo que o estilo podia ser explorado. Esta constatação fê-lo aproximar da sonoridade que tem hoje, porque “Frankie Chavez passa muito pelo blues, mas não é o só o blues puro, tem também muito folk”.
A gravação do EP para os discos Optimus, em março de 2010, foi um sucesso e abriu as primeiras portas. O projeto Optimus Discos “foi uma das formas de divulgar o meu trabalho, as pessoas podiam ter fácil acesso a variadíssimas bandas e músicas de uma forma portátil e gratuita”. Músicas como “The Search” e “Time machine” marcaram o arranque do seu percurso.
Em abril deste ano, Frankie lançou o primeiro álbum com 12 faixas. “Family Tree” é mais elaborado e contém uma experiência mais vasta do cantor, já que envolve vários instrumentos, desde o órgão, o saxofone e até o acompanhamento de bateria por parte de outro músico. “É uma evolução do EP, mais rico, mais cuidado”.
Frankie tem também trabalhado na área do cinema. Fez temas para a banda sonora do premiado documentário de Jorge Pelicano “Pare, Escute e Olhe” e também uma banda sonora para um documentário de surf que será lançado em breve.
O desafio “one man band”
O formato de apresentação do músico ao vivo é “one man band” e Frankie fez questão de o manter no “Family Tree”. No entanto, há músicas no seu mais recente disco “que têm tantos elementos como uma banda”, sendo que todos foram desempenhados por Frankie com exceção da bateria.
Também já se apresentou em alguns concertos com músicos a acompanhar, mas Frankie confessa que gosta do formato one man band: “é desafiante e vai direto ao assunto”. Aliás, Frankie utiliza o inglês nas letras que escreve, precisamente porque é “uma língua que tem poucos rodeios, é mais direta”.
Por enquanto o cantor pretende conciliar a música e o seu “emprego de dia”, na área do marketing: “Já tenho uma parte da vida estabilizada e tenho o meu filho, por isso, este lado conquistado não pode ser comprometido”.
Ao longo deste ano, Frankie vai continuar a apresentar concertos, numa tour nacional que passa pelos Açores (em julho) e que irá percorrer o país de norte a sul. O tempo que sobrar será dedicado a escrever e a gravar novos temas e, quem sabe, teremos outro disco em 2012.
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Ana Silva