Um investigador português, Rui André Raposo, identificou potenciais proteínas antivirais que podem ser incluídas no desenvolvimento de vacinas e anti retrovirais para combater o HIV. O investigador desenvolveu este estudo – que será publicado na edição de julho do “Journal of Immunology”- no seu pós-doutoramento, na Universidade de Oxford.
O estudo debruça-se sobre a capacidade imuno-reguladora que os linfócitos T4 (glóbulos brancos) têm em suprimir a infeção por HIV em macrófagos. Rui André Raposo explicou ao site Ciência Hoje que “acredita que os macrófagos são as primeiras células do sistema imunitário a serem infetadas pelo vírus. No entanto, este não induz a morte destas células, residindo dentro delas durante largos períodos de tempo”.
É nesse período que os macrófagos transmitem o vírus a outras células, nomeadamente aos linfócitos T, que acabam por não resistir ao vírus e morrem, levando à SIDA.
O investigador efetuou experiências em laboratório e descobriu que os linfócitos T, antes de serem infetados pelo HIV, “segregam proteínas de grande massa molecular para o meio extracelular, que uma vez captadas pelos macrófagos induzem a diminuição dos níveis de recetores CD4 (nos macrófagos), essenciais para o vírus entrar nas células”.
Nas novas técnicas, em laboratório, de isolamento e enriquecimento de proteínas a equipa de investigadores, em colaboração com o Centro de Espetrometria de Massa da Universidade de Oxford, conseguiu identificar as proteínas segregadas pelos linfócitos T que induzem a diminuição dos níveis de moléculas CD4 nos macrófagos.
Embora este estudo seja uma abertura de portas para o desenvolvimento de novos tratamentos, a cura efetiva para a infeção por HIV ainda está longe de ser encontrada, mas segundo Rui André Raposo, “são estes pequenos passos que fazem grandes descobertas e as contribuições da ciência básica em laboratórios são essenciais para o desenvolvimento de vacinas efetivas contra o HIV”.
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[Noticia sugerida por Teresa Teixeira]