O parlamento da Guiné-Bissau aprovou segunda-feira a legislação que proíbe a mutilação genital feminina no país, disse hoje Fatumata Baldé, presidente do Comité Nacional para o Abandono de Práticas Tradicionais Nefastas à Saúde da Mulher e da Criança.
Neste país, onde a prática da mutilação genital feminina atinge cerca de 45 por cento da população, de acordo com a Amnistia Internacional, a legislação foi aprovada com 64 votos a favor, três abstenções e um contra.
Segundo Fatumata Baldé, “foram décadas de luta” que se “concretizou com a adoção daquela medida legislativa”, mas o trabalho “começa agora”.
A mutilação genital feminina (MGF) é uma prática em que uma parte ou a totalidade dos órgãos sexuais de mulheres e crianças são removidos. Há vários tipos, que por sua vez têm gravidades diferentes.
Segundo a Amnistia Internacional, esta prática pode envolver a remoção do clítoris ou dos lábios vaginais. Uma das práticas de maior gravidade – chamada infibulação – consiste na costura dos lábios vaginais ou do clítoris, deixando uma abertura pequena para a urina e a menstruação. Aproximadamente 15 % das mutilações em África são infibulações.
A MGF é levada a cabo em várias idades, desde depois do nascimento até à primeira gravidez, tendo a maioria lugar entre os quatro e oito anos.
Estima-se que esta tradição se pratique em cerca de 28 países do continente africano e do Médio Oriente. Contudo, a mutilação genital expandiu-se também a alguns países da Europa, onde é praticada no seio das pequenas comunidades emigrantes.
Para saber mais sobre esta prática visite AQUI a página da Aministia Internacional.
[Notícia sugerida por Luana Ferreira e Patrícia Guedes]