A mais recente investigação neste âmbito, levada a cabo pelo Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), centrou-se no comportamento das milheirinhas (Serinus serinus), uma das aves mais abundantes na região espanhola de Toledo.
“Estas aves podem gastar até mais 60% do seu tempo a cantar a níveis de 70 decibéis. Mas, a partir desse nível começam a cantar menos, provavelmente porque dedicar mais tempo ao canto pode interferir em coisas tão importantes como estar atento aos predadores”, explica Mario Díaz, do CSIC, em comunicado.
Segundo o investigador, a intensidade do canto também varia em função dos níveis de ruído – por exemplo, durante o fim de semana, as aves cantam menos e servem-se de notas mais agudas nas cidades do que no meio rural.
“Quase todas as previsões [sobre como as espécies respondem às alterações do ambiente] são bastante pessimistas, porque geralmente não contemplam a flexibilidade dos organismos às mudanças no seu ambiente”, refere ainda Diáz.
Um outro estudo revelado em 2010 pela Universidade Autónoma do México aponta no mesmo sentido: numa das mais congestionadas estradas da Cidade do México, os investigadores gravaram o canto dos pássaros que se encontravam na área circundante e apuraram que aqueles elevavam o volume do seu canto, dando preferência a notas mais agudas e prolongando-as o mais possível, reportou, na altura, o jornal britânico Telegraph.