“Os restaurantes não vão dar sobras, mas vão oferecer um número fixo de pratos solidários por dia, dentro das suas possibilidades”, explicou à agência Lusa a porta-voz da campanha Direito à Alimentação, Fernanda Freitas. “O pão custa zero, o prato custa zero, a sopa custa zero e a fruta custa zero. Ou seja, um prato do dia, não é uma sobra, em vez de ser vendido, é oferecido”, acrescentou.
Lançada pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), a campanha inicia a sua fase piloto com cinco restaurantes no Entroncamento e 30 em Santa Maria da Feira. Em Lisboa ainda não foram apurados números.
De acordo com Fernanda Freitas, houve um levantamento das pessoas mais necessitadas por parte das Instituições Particulares de Solidariedade Social, mas a lista é fornecida aos restaurantes para não causar “constrangimento às famílias”.
“Não há nada que identifique as pessoas como carenciadas. Apenas os restaurantes e as famílias sabem que aquele é um serviço solidário. As famílias chegam lá, identificam-se e recebem o apoio em take-away. Não queremos causar nenhum constrangimento às famílias. Esta nova pobreza é muito envergonhada e não queremos que se inibam de ir ao restaurante, nem que tenham um rótulo”, disse.
Terminada a fase piloto, a campanha Direito à Alimentação vai fazer “uma avaliação” dos procedimentos para “poder melhorar alguns pormenores” e avançar noutros concelhos. “Todos os municípios estão muito interessados: o que queremos é criar uma plataforma de solidariedade a nível nacional”, disse a porta-voz à Lusa.
[Notícia sugerida pelos utilizadores Patrícia Dinis e Vítor Fernandes]