Em causa está o estudo realizado por esta equipa que aponta uma forma de diagnóstico e monitorização da bexiga hiperativa, uma doença do trato urinário baixo na qual se sente necessidade de urinar muitas vezes e em pequenas quantidades, vontade de urinar durante a noite ou perda involuntária de urina.
Calcula-se que esta patologia afete 12% da população europeia. “A prevalência deste problema aumenta com a idade, é provável que os custos associados à bexiga hiperativa aumentem futuramente, como consequência do envelhecimento da população”, explicam os investigadores, citados pelo Ciência Hoje, sublinhando que “não existe cura nem qualquer teste objetivo para diagnosticar a bexiga hiperativa”.
Os investigadores verificaram que nos indivíduos saudáveis os níveis urinários de BDNF (uma proteína designada em português por Fator de Crescimento Derivado do Cérebro) eram muito baixos. Pelo contrário, nos doentes com bexiga hiperativa, a concentração de BDNF na urina era significativamente maior e correlacionava-se com a severidade dos sintomas.
A introdução de alterações comportamentais (por exemplo, redução da quantidade de líquidos ingerida, abandono do consumo de bebidas gaseificadas e/ou com cafeína) fez com que os níveis de BDNF na urina baixaram.
Estes resultados indicam que os níveis de BDNF urinário correlacionam-se com a severidade da doença e apontam para uma possível utilização do BDNF urinário no diagnóstico e seguimento desta patologia.
O prémio será entregue no 26.º Congresso Anual da Associação Europeia de Urologia, que decorre de 18 a 22 de março em Viena.
[Notícia sugerida pela utilizadora Patrícia Guedes]