Em apenas três semanas, o coração dos ratinhos recuperou por completo do corte do ápex ventricular esquerdo. Dois meses depois, o órgão continuava a funcionar normalmente, reporta o estudo já publicado na revista Science.
Contudo, os cientistas fizeram a mesma experiência em roedores com uma semana de vida e registaram que o coração foi incapaz de recuperar autonomamente, indicando que é curto o período em que os animais preservam a habilidade de autorregeneração.
“Tudo o que sabemos sobre a formação e o funcionamento do coração dos ratos é comparável aos dados que temos do órgão cardíaco humano e, por isso, acreditamos que o processo de regeneração seja possível entre humanos, embora tal ainda não tenha sido provado”, declarou à BBC Eric Olson, um dos especialistas envolvidos na investigação.
Já o diretor da British Heart Foundation, Jeremy Pearson, sublinha que “esta investigação prova, pela primeira vez, que os ratos, tal como os peixes e os anfíbios, têm um coração que se regenera sozinho”.
“Esta descoberta faz-nos acreditar que, quando compreendermos este fenómeno no seu todo, poderemos encontrar uma forma de tratar eficazmente o coração humano”, acrescenta.