O fóssil, encontrado há onze anos, em Haida, no Sudão, corresponde ao quarto dos cinco ossos que compõem o metatarso e que no pé faz a ligação entre os ossos do calcanhar e dos dedos. Este “é o elemento chave ao longo da coluna lateral do pé que difere os símios superiores dos humanos”, indica o estudo.
É a primeira vez que os cientistas descobrem este osso da espécie Australopithecus afarensis em bom estado de conservação. O seu estudo permitiu verificar que o osso é arqueado como na espécie humana moderna.
“O facto de sabermos agora que a Lucy e os seus parentes tinham o pé arqueado, muda toda a perceção que tínhamos acerca da espécie em relação ao seu habitat, hábitos alimentares e à forma como evitavam os seus predadores”, disse ao jornal The Guardian a autora principal da investigação, Carol Ward.
“O desenvolvimento da dobra do pé foi fundamental para a evolução da condição humana, porque significa que houve uma desistência na utilização do dedo grande do pé para agarrar os ramos das árvores, o que mostra que os nossos antepassados finalmente trocaram a vida nas árvores pela vida terrestre”, explica a professora da Universidade de Misouri-Columbia.
A espécie Australopithecus afarensis, da qual “Lucy” é o mais célebre exemplar, viveu na região este de África há mais de três milhões de anos.
[Notícia sugerida pela utilizadora Raquel Baêta]