“No final houve um único filme cujas imagens me marcaram mais profundamente do que os outros. Todas as imagens neste filme foram feitas por um criminoso vestindo um uniforme da polícia, selecionadas a partir dos arquivos secretos de detenção da polícia de Portugal”, refere uma nota do júri em que justifica a decisão do prémio atribuído na República Checa.
E acrescenta: “A cineasta procura por sobreviventes, que contam histórias simples mas complicadas de tortura e mutilação, e de sobrevivência. Por outras palavras, eles mostram o custo de ter um rosto, o custo de ver uma cara como esta”.
“48” revela os testemunhos das pessoas entrevistas pela realizadora, sobrepostos às fotografias a preto e branco que foram tiradas à época pela PIDE aos que foram detidos e torturados.
Enquanto promove “48” nos festivais internacionais, a realizadora, de 48 anos, tem atualmente em mãos o documentário “Luz obscura” e está a trabalhar em “Stillleben”, uma instalação em três ecrãs.