Sociedade

25 de Abril passo a passo no Facebook

Recordar a "Revolução dos Cravos", passo a passo, como se estivesse a acontecer hoje, é uma iniciativa que a Universidade de Coimbra (UC) vai pôr em prática durante 24 horas, convidando os cidadãos a acompanhá-la pela rede social Facebook.
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Recordar a “Revolução dos Cravos”, passo a passo, como se estivesse a acontecer hoje, é uma iniciativa que a Universidade de Coimbra (UC) vai pôr em prática durante 24 horas, convidando os cidadãos a acompanhá-la pela rede social Facebook.
 
A iniciativa “De 24 para 25 de Abril – emissão histórica em direto” inicia-se às 22 horas do dia 24 e prolonga-se até à noite de 25, e quem quiser acompanhá-la apenas terá de se conectar à página no Facebook do Centro de Documentação 25 de Abril da UC.
 
“No fundo é pegar na ideia mais ou menos conhecida da iniciativa do Orson Welles com a guerra dos mundos. No caso do Orson Welles, foi recriada uma chegada à terra dos marcianos, no nosso caso é uma tentativa de recuperar o tempo e colocar [no 'facebook'], como se estivesse a acontecer, um conjunto de factos que já foram vividos há 38 anos”, explicou à agência Lusa o responsável daquele centro.
 
Segundo Rui Bebiano, com esta iniciativa pretendeu-se “fazer algo diferente” da “forma ritualizada” de evocação da revolução democrática de 1974, que “muitas vezes já não é compreendida pelas pessoas mais jovens”.
 
Utilizando o acervo disponível no Centro de Documentação 25 de Abril, os cidadãos vão poder acompanhar a revolução à imagem do que se viveu nos seus bastidores, podendo ter acesso aos planos militares, documentos, fotos, sons e vídeos.
 
“Vão ser 24 horas muito preenchidas. Várias vezes em cada hora, teremos sempre factos, acontecimento e episódios a contar”, afirma Rui Bebiano.
 
Com base no registo militar das operações no Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas (MFA), propõe-se uma viagem no tempo – em tempo real – através da publicação dos registos de informação provenientes das chamadas telefónicas escutadas e recebidas através do sistema de comunicações instalado no Posto de Comando do Movimento, explicam os promotores.

Iniciativa arranca no Quartel da Pontinha

 
A iniciativa começa às 22 horas de dia 24 de abril, altura em que, há 38 anos, os seis oficiais já estavam no Regimento de Engenharia 1 no Quartel da Pontinha onde, desde a véspera, fora clandestinamente preparado o Posto de Comando do Movimento.
 
Tanto conversas intercetadas nas redes militares usadas pelas unidades afetas ao regime, como as conversas telefónicas efetuadas pelas unidades envolvidas no MFA, bem como os vários momentos marcantes desse dia serão divulgados, ao longo de 24 horas, numa cronologia em tempo real.
 
A principal fonte usada é o documento de 52 páginas que Lopes Pires, um dos oficiais presentes, confiou ao Centro de Documentação 25 de Abril. Desse documento e de uma entrevista coletiva aos “capitães” Amadeu Garcia dos Santos, Hugo dos Santos, José Eduardo Sanches Osório, Nuno Fisher Lopes Pires, Otelo Saraiva de Carvalho e Vítor Crespo, resultou o livro “A Fita do Tempo da Revolução, A noite que mudou Portugal”.
 
Para Rui Bebiano, esta iniciativa visa ainda alargar o número das pessoas que se possam interessar pelas atividades do Centro de Documentação 25 de Abril e, numa altura de crise, evidenciar que em qualquer situação histórica, de forma coletiva, é possível resolver as dificuldades.

Siga os passos da Revolução de Abril AQUI.

[Notícia sugerida por Vítor Fernandes]

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