Uma salamandra psicadélica, um lagarto fêmea que se autorreproduz e um macaco sem nariz são algumas das 208 novas espécies descobertas pelos cientistas na região asiática do Grande Mekong, segundo comunicado divulgado esta segunda-feira pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF)
No total 145 plantas, 28 répteis, 25 peixes, sete anfíbios, 2 mamíferos, e um pássaro foram registados pelos cientistas que redigiram o relatório da WWF. As descobertas ilustram a rica diversidade da região, mas os especialistas do WWF alertam também para os perigos de sobrevivência destas espécies não protegidas.
“Enquanto estas espécies são novas para a ciência, muitas estão já a ser servidas como jantar, lutando para sobreviver num habitat cada vez mais reduzido ou à beira da extinção”, sublinha Stuart Chapman, diretor do WWF para o Grande Mekong.
O macaco sem nariz (Rhinopithecus strikeri), batizado de “Elvis” pelo seu “cabelo” semelhante ao The King, foi localizado na selva birmanesa e é conhecido pelos habitantes do estado Kachin por esconder a cabeça entre as pernas, quando chove, já que não tem nariz e a água entra pelas narinas. Ainda não foi fotografado, embora a sua existência tenha sido amplamente documentada pelos cientistas que também reproduziram desenhos científicos do novo mamífero.
Entre os 28 novos répteis catalogados estão os lagartos Leiolepis ngovantrii, do Vietnam, que os cientistas acreditam serem compostos apenas por elementos do sexo feminino já que entre os 70 exemplares analisados não foram encontrados machos. Por isso, os especialistas do WWF acreditam que se trate de uma espécie que se reproduz por auto clonagem, um fenómeno que ocorre noutras espécies de lagartos.
Ainda no Vietman, destaque para uma salamandra picadélica (Cnemaspis psychedelica) que impressiona pelas suas cores vibrantes em tons de azul, laranja, verde e amarelo.
O relatório do WWF também inclui cinco tipos de plantas carnívoras, na Tailândia e Camboja, capazes de engolir ratos, lagartos e até aves menores.
O Grande Mekong abrange todo o leito do rio que sulca o Sudeste Asiático peninsular e passa por Mianmar, Camboja, China, Laos, Tailândia e Vietname, onde habitam várias espécies em perigo de extinção. Segundo o WWF, cerca de 1.000 novas espécies foram descobertas entre 1997 e 2007 na região.
Clique AQUI para aceder ao relatório completo do WWF.
[Notícia sugerida por Raquel Baêta e Fernando Pereira]