Só no primeiro semestre deste ano, Portugal exportou para Angola cerca de 32 milhões de euros em vinho, assumindo uma quota de mercado superior a 90% naquele país africano.
Só no primeiro semestre deste ano, Portugal exportou para Angola cerca de 32 milhões de euros em vinho, assumindo uma quota de mercado superior a 90% naquele país africano.
Os números foram avançados esta semana à Lusa pelo presidente do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), Frederico Falcão, que falava à margem da abertura da segunda edição do Angola Wine Festival.
“Angola é o principal mercado para os vinhos engarrafados portugueses, em valor e volume, entre os que são considerados estratégicos para o setor vitivinícola”, declarou o responsável, acrescentando que a França ocupa o primeiro lugar das exportações portuguesas de vinho em valor, um resultado “influenciado” pelo preço médio do Vinho do Porto.
Segundo os dados do IVV, as exportações de vinho de Portugal para Angola cresceram 8,6% durante todo o ano de 2013, subindo até aos 94 milhões de euros, correspondendo 72 milhões destes a vinho engarrafados.
No primeiro semestre de 2014 o volume de exportação caiu, em termos homólogos, para 32 milhões de euros, uma queda de um milhão que, para Frederico Falcão, não é motivo de alarme, estando relacionada com a descida das vendas do vinho a granel, um produto que “não está ligado ao território e não representa valor acrescido para a exportação”.
Falcão adiantou que, este ano, “há uma subida dos vinhos engarrafados e dos vinhos certificados, quer em volume, quer em valor”. “Houve um decréscimo nos vinhos a granel, mas em termos de vinhos DOP [Denominação de Origem Protegida] registámos uma subida de 14% [em valor]”, acrescentou.
Em termos de volume (litros), as exportações de vinho português para Angola caíram globalmente 6,8% no primeiro semestre, mas os vinhos de origem protegida subiram 11% e os licorosos 360%, ainda segundo o IVV.
Em resultado, Portugal tem, atualmente, “uma quota de mercado em Angola muito acima dos 90%. É essencial manter esta presença, manter as ações, para que Portugal não perca esta quota e o crescimento dos últimos anos”, defendeu Frederico Falcão.
Exportações devem continuar a crescer
Para Jorge Monteiro, presidente da ViniPortugal, a ligação histórica e cultural entre os dois países explica a liderança portuguesa nos vinhos vendidos em Angola, perante uma produção nacional praticamente inexistente.
“Estamos a falar de um consumo [de vinho] 'per capita' em Angola que andará ligeiramente abaixo do do Reino Unido”, disse à Lusa o responsável, presente no mesmo evento, garantindo que os consumidores angolanos estão “preparados e gostam” da marca portuguesa.
Além disso, realçou o Jorge Monteiro, os vinhos portugueses têm beneficiado da forte implantação e conhecimento de importadores nacionais que operam no mercado angolano, pelo que é de esperar que o setor continue a crescer.
“Nos últimos 10 anos, em valor, a exportação de vinhos portugueses para o mercado de Angola cresceu mais de 360% e em termos de preço médio mais do que duplicou. A tendência é crescer”, finalizou Frederico Falcão.
