Um eletricista francês reformado contatou os herdeiros do pintor espanhol Pablo Picasso para que autenticassem 271 pinturas que lhe foram oferecidas pelo artista enquanto trabalhou em diversas das suas casas durante os últimos dois anos de vida do pintor.
Os administradores da obra de Picasso constataram a autenticidade das obras e avaliaram as 271 obras em 60 milhões de euros, conforme relata a AFP. O electricista, Pierre Le Guennec, escreveu diretamente a Claude Picasso, filho do pintor, a dar-lhe conhecimento das obras no mês de Setembro.
Claude Picasso não se mostrou, contudo, satisfeito com a justificação de Le Guennec já que não acredita que o pai se desfizesse de tal número de obras para alguém e por isso apresentou uma queixa formal que levou ao arresto temporário das obras que datam do início do século passado.
“É certo que Pablo Picasso era bastante generoso. Mas datava, assinava e dedicava sempre as suas doações, porque sabia que poderiam ser vendidas em momentos de dificuldades”, assegurou Claude Picasso a um jornal francês, o Libération.
O conjunto das obras é composto por livros de apontamentos, desenhos e pinturas completas incluindo nove pinturas cubistas avaliadas em 40 milhões de euros.
Na coleção encontra-se ainda uma aguarela do período azul, retratos da sua primeira mulher Olga, e muitos guaches e litografias.
O Libération levanta ainda a suspeita sobre se o eletricista não esperou tantos anos para trazer as obras à tona como forma de beneficiar da prescrição de um suposto crime de roubo.
