Ciência

Veneno de cobra mais eficaz que morfina contra dor

O veneno da mamba-negra, a serpente mais venenosa de África, poderá ser mais eficaz que a morfina no combate à dor. Além disso, concluiu um grupo de investigadores franceses, exerce a ação sem causar praticamente efeitos secundários.
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O veneno da mamba-negra, a serpente mais venenosa de África, poderá ser mais eficaz que a morfina no combate à dor. Além disso, concluiu um grupo de investigadores franceses, a substância exerce as suas propriedades analgésicas sem que se verifiquem praticamente quaisquer efeitos secundários.
 
Num estudo publicado na revista científica Nature, Eric Lingueglia, do Instituto de Farmacologia Molecular e Celular de Nice, e os seus colegas, explicam que o veneno da predadora, que utiliza neurotoxinas para paralisar e matar as presas, contém um poderoso componente analgésico que os deixou “perplexos”.
 
Em declarações à BBC, Lingueglia afirmou que o grupo analisou o veneno de 50 espécies até ter descoberto as “mambalginas”, proteínas analgésicas do veneno da mamba-negra. “Durante os testes que efetuámos em ratinhos, o efeito foi tão poderoso como o da morfina, mas sem produzir a maioria dos efeitos secundários”, apontou o cientista.
 
A morfina, que atua nas vias opióides do cérebro, consegue evitar a dor, mas vicia e provoca consequências desagradáveis como dores de cabeça, dificuldades de raciocínio, vómitos e espasmos musculares.
 
Pelo contrário, salientam os investigadores, as “mambalginas” combatem a dor por uma via totalmente diferente, que gera poucos efeitos secundários. Segundo a equipa, como a forma como a dor se manifesta em ratos e em humanos é idêntica, há esperança de poder vir a usar, no futuro, os componentes do veneno como analgésico clínico.
 
De acordo com Lingueglia, os testes realizados com células humanas em laboratório demonstraram também que as “mambalginas” têm efeitos químicos semelhantes nas pessoas, mas esta é “ainda uma etapa muito preliminar”.
 
“É difícil dizer se será um analgésico adequado ou não. Vai ser necessário fazer muitos mais estudos em animais antes de tirar essa conclusão”, sublinhou o especialista.

Clique AQUI para aceder ao estudo publicado a semana passada (em inglês).

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