Quando o filho começou a ser gozado por colegas e estranhos, Nils Pickert decidiu evitar o caminho mais fácil - proibí-lo de o fazer - e optou por, também ele, vestir uma saia em solidariedade para com o menino.
Quando começou, por vontade própria, a usar saias e vestidos, não tardou até que o filho do alemão Nils Pickert, de apenas cinco anos, passasse a ser alvo de gozo por parte dos colegas de escola e dos estranhos que com ele se cruzavam na rua. Perante a situação, o pai decidiu evitar o caminho mais fácil – proibí-lo de o fazer – e optou por, também ele, vestir uma saia em solidariedade para com o menino. O gesto está já a valer-lhe o título de “pai do século”.
“Não queria dizer ao meu filho que não podia usar vestidos ou saias” como gostava de fazer, contou o progenitor à revista alemã EMMA, que avançou a história. “Portanto, só tinha uma hipótese. Assumir uma posição pelo meu homenzinho e vestir, eu próprio, uma saia também”, acrescentou.
Quando viviam em Berlim, a vontade do pequeno parecia não ser um problema. Porém, depois de se mudarem para uma vila pequena e muito religiosa no sul da Alemanha, a criança passou a sentir-se envergonhada e triste. Portanto, pediu ao pai se voltava a usar um vestido.
Para choque dos habitantes, Pickert decidiu fazê-lo e, apesar do burburinho que gerou, não se arrepende, porque conseguiu devolver ao filho a confiança que lhe faltava. “Não podemos esperar que uma criança em idade pré-escolar tenha a capacidade de assumir uma postura de adulto sem ter um modelo a seguir. E eu decidi tornar-me esse modelo”, sublinhou, citado pela publicação germânica.
Indiferente às críticas, Pickert garante que o filho está muito mais feliz e seguro. “Até hoje sinto-me grato por uma senhora que, uma vez, por ir na rua a olhar-nos tão fixamente, acabou por bater contra um poste da luz. Ele riu-se muito e, no dia a seguir, tirou um vestido do fundo do armário. Primeiro, só por um fim-de-semana. Depois, até para ir para a escola”, recorda.
O progenitor, que se considera “parte da minoria que não se importa de passar por tonta de tempos a tempos por convicção”, revela que a criança não mais parou de sorrir.
“Quando os outros rapazes – normalmente são só rapazes – gozam com ele, ele responde-lhes: Vocês só não se atrevem a vestir saias e vestidos porque os vossos pais também não têm coragem de o fazer”, conclui, com orgulho.
[Notícia sugerida por Ricardo Pinto]