Embora a recuperação de sangue em operações não seja uma novidade, o processo atual é complicado, demorado e caro. Em comunicado divulgado esta terça-feira, a universidade escocesa revelou que o novo mecanismo, denominado HemoSep, vem colmatar esta falha, na medida em que exige menos trabalho na reciclagem do sangue dos pacientes.
De um modo geral, a nova criação é composta por uma bolsa de plástico e uma máquina de agitamento que conserva o sangue. A bolsa é particularmente importante na medida em que funciona como esponja química ao absorver o plasma que se separou do sangue do paciente, elemento que os médicos teriam de retirar, em procedimentos convencionais, através de técnicas complexas.
O sistema foi concebido a pensar especialmente nas operações cardíacas em que os níveis de sangue perdido costumam ser elevados, obrigando à transfusão de sangue de outra pessoa. Com o HemoSep, a autotransfusão passa a ser um procedimento mais rápido e fácil do que os usados habitualmente, reduzindo os riscos associados às transfusões de sangue.
Terry Gourlay, investigador responsável pela criação, refere que a introdução do HomoSep no sistema de saúde pode “reduzir em grande escala os riscos e os custos das transfusões de sangue”. A tecnologia, refere, tem várias vantagens quando comparada às técnicas tradicionais que, além de caras, envolvem complexos procedimentos de centrifugação que exigem a presença de especialistas.
Os testes clínicos envolveram mais de cem cirurgias cardíacas. Durante estas operações, ficou demonstrado que o HomoSep consegue preservar o sangue em bom estado, prevenindo, assim, reações inflamatórias comuns no pós-operatório.
Deste modo, a nova tecnologia afigura-se um “passo em frente” no campo da autotransfusão no que diz respeito a cirurgias ao coração, afirma Serdar Gunaydin, outro dos investigadores, salientando que este método é o mais fácil alguma vez usado, sem qualquer interferência na operação e um tempo de processamento do sangue muito curto.
O HomoSep já recebeu o selo da Comunidade Europeia e a aprovação nacional do Canadá. Os investigadores acreditam que a nova tecnologia será um dos componentes essenciais não só em cirurgias cardíacas, mas também na preservação sanguínea durante transplantes ortopédicos e neurocirurgias.
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