Pedro Pereira, cientista do IBMC, que liderou a equipa, afirma à Lusa que a molécula encontrada nos mosquitos da estirpe anófeles “é admiravelmente pequena e muito simples, sendo bastante eficaz”.
Esta molécula já tinha sido isolada e caracterizada por uma equipa norte-americana, mas agora a equipa do IBMC conseguiu perceber “a forma como elas funcionam”.
A partícula utiliza o mecanismo de inibição de uma enzima presente no sistema de coagulação do organismo humano, a trombina, para manter o sangue líquido sendo mais eficaz e diferente de todos os outros sistemas já estudados.
Cada grupo de animais apresenta moléculas muito específicas da sua espécie sendo que o mecanismo utilizado pelo mosquito da malária recorre a esta partícula, que ao ser tão pequena torna-se “mais fácil de imitar por compostos concebidos artificialmente”.
O tamanho reduzido da molécula e a sua especificidade são características que permitem usar esta partícula para desenhar fármacos sintéticos, administráveis por via oral e com efeitos secundários reduzidos, usados na prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares.
O estudo, que foi publicado na revista PNAS, no final do ano, ainda contou com a participação de outras equipas internacionais da da Universidade Pompeu Fabra, do Hospital de Sant Pau de Barcelona e do European Synchrotron Radiation Facility (Grenoble).
Clique AQUI para aceder ao resumo do estudo.