Ciência

Proteína dos espinafres permite produzir eletricidade

Uma equipa interdisciplinar de investigadores da Vanderbilt University, nos EUA, desenvolveu um método que, combinando uma proteína dos espinafres com silício, material usado nos painéis solares, conseguiu gerar corrente elétrica.
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Utilizar espinafres para produzir energia pode parecer insólito, mas é possível. Uma equipa interdisciplinar de investigadores da Vanderbilt University, nos EUA, desenvolveu um método que, combinando uma proteína dos espinafres com silício, material usado nos painéis solares, conseguiu gerar níveis muito substanciais de corrente elétrica.
 
Os resultados da investigação foram publicados esta semana na revista científica Advanced Materials e o grupo de engenheiros responsáveis já pediu a patente da invenção. Trata-se de uma técnica que combina a proteína da fotossíntese dos espinafres – responsável pela conversão da luz em energia eletroquímica – com o silício.
 
“A combinação produz níveis de energia elétrica que são quase 1.000 vezes superiores àqueles que conseguimos obter colocando a proteína em contacto com diversos tipos de metais. Além disso, gera também um aumento modesto na voltagem”, explica David Cliffel, professor de química daquela instituição de ensino superior que colaborou no projeto, em comunicado.
 
“Se continuarmos a trajetória que estamos a seguir atualmente, aumentando a voltagem e os níveis de corrente elétrica, poderemos afirmar-nos entre as tecnologias maduras de conversão da energia solar em eletricidade em cerca de apenas três anos”, estima o docente.
 
O próximo passo da equipa é construir um protótipo de uma célula solar que una a proteína da fotossíntese ao silício, aperfeiçoando o método desenvolvido até aqui. O objetivo é conseguir que a energia gerada pelo
protótipo seja suficiente para alimentar pequenos dispositivos eletrónicos.
 
Um avanço gradual ao longo das décadas
 
De acordo com a Vanderbilt University, foi há mais de 40 anos que os cientistas descobriram que uma das proteínas envolvidas na fotossíntese, a PS1, continuava a funcionar quando extraída de plantas como o espinafre, e acabaram por concluir que esta convertia energia solar em eletricidade com cerca de 100% de eficácia – uma percentagem muito superior à eficácia de 40% dos dispositivos feitos pelo homem.
 
Além disso, estas células “biohíbridas” podem ser construídas a partir de materiais baratos e facilmente acessíveis – uma vez que a maioria das plantas usam as mesmas proteínas fotossintéticas que o espinafre -, ao contrário de muitos aparelhos microeletrónicos que requerem materiais raros e caros. 
 
O progresso na área tem sido lento mas, de acordo com os investigadores, tem também sido firme. Os cientistas estão agora a tentar solucionar os dois principais problemas com que se deparam: a fraca capacidade de produção em comparação com as células fotovoltaicas comerciais e a duração das células “biohíbridas”, que tendem a deteriorar-se em poucas semanas.

Clique AQUI para aceder ao comunicado da Vanderbilt University e AQUI para consultar o estudo publicado na Advanced Materials (ambos em inglês).

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