Saúde

Primeiro fármaco português contra o cancro em testes

A empresa portuguesa Luzitin iniciou, há cerca de uma semana, na cidade do Porto, os ensaios clínicos exploratórios ao "primeiro medicamento oncológico português" a atingir esta fase, que pode ser uma alternativa à quimioterapia e cirurgia.
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A empresa portuguesa Luzitin, com sede em Coimbra, iniciou, há cerca de uma semana, na cidade do Porto, os ensaios clínicos exploratórios ao “primeiro medicamento oncológico português” a atingir esta fase com o objetivo de perceber se pode ser, como os cientistas pretendem, uma alternativa eficaz à quimioterapia e à cirurgia.
 
Em entrevista à Lusa, Sérgio Simões, presidente da Luzitin, revelou que o medicamento, o primeiro em Portugal a atingir a fase de ensaios clínicos, poderá chegar ao mercado já dentro de “quatro anos”. 
 
Segundo o responsável, o fármaco é “teoricamente aplicável a todos os tumores” e uma das suas vantagens é o facto de “apresentar bastante menos efeitos secundários que outras terapêuticas, como é o caso da quimioterapia”.
 
O ensaio exploratório atualmente em curso conta com a participação de 20 doentes e pretende avaliar “a segurança, a tolerabilidade e a eficácia” do medicamento “para tumores avançados de pescoço e cabeça”, sendo possível que, no futuro, o tratamento seja alargado “a outros, como o cancro gástrico, do pulmão ou do colo do útero”, antecipou Sérgio Simões.

Fármaco mata células tumorais sem atacar outros órgãos
 

De acordo com o especialista, a terapia fotodinâmica desenvolvida pela empresa de Coimbra consiste na “administração injetável de um fármaco”. “Espera-se 15 minutos e depois faz-se incidir um feixe de luz que atinge apenas o local do tumor. Com a luz, o medicamento é ativado e mata as células tumorais, poupando-se todos os outros órgãos”, explicou. 
 
Sérgio Simões salientou ainda que a seletividade da radiação “confere mais segurança que a quimioterapia e mantém uma eficácia interessante, facilidade de uso e um custo de efetividade razoável para que possa chegar a todos os doentes”. 
 
Para o dirigente da Luzitin, este medicamento oncológico é uma forma de provar “que em Portugal é possível a transferência da excelência da ciência produzida nas universidades para a clínica”. 
 
O desenvolvimento do fármaco iniciou-se com a descoberta das moléculas num projeto de investigação na Universidade de Coimbra (UC) que “durou quase cinco anos”, recordou Sérgio Simões. 
 
Posteriormente, e com o apoio da UC,  da empresa farmacêutica Bluepharma, também sediada em Coimbra, e de uma empresa de capital de risco, foi criada a “start-up” Luzitin e as moléculas foram transformadas em medicamento, um processo que demorou mais de três anos. 
 
Agora, “o objetivo é levar da clínica ao mercado”, concluiu Sérgio Simões, acrescentando que os ensaios clínicos exploratórios, coordenados por dois professores do Instituto Português de Oncologia do Porto, deverão decorrer
“até Setembro ou Outubro”.

Notícia sugerida por Elsa Fonseca

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