Saúde

Pele: Novos fármacos eficazes em cancros severos

Arrancam, este ano, os primeiros ensaios clínicos envolvendo uma nova família de fármacos com potencial eficácia no tratamento de casos severos e até incuráveis de cancro da pele que já não respondem aos tratamentos convencionais.
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Arrancam, este ano, os primeiros ensaios clínicos envolvendo uma nova família de fármacos com potencial eficácia no tratamento de casos severos e até incuráveis de cancro da pele que já não respondem aos tratamentos convencionais.

Os fármacos, desenvolvidos para bloquear uma série de proteínas causadoras do cancro, são da responsabilidade de investigadores britânicos do Institute of Cancer Research, em Londres, e do Cancer Research UK Manchester Institute, em Manchester, e foram testados com sucessos em laboratório.

De acordo com um estudo publicado em Dezembro na revista científica Cancer Cell, os inibidores de panRAF – como foram batizados estes medicamentos – podem vir a ser eficazes em pacientes com melanoma cujos organismos tenham criado resistência aos inibidores de BRAF, habitualmente usados para atacar uma proteína (a BRAF) responsável por cerca de metade destes cancros.

Embora, no início do tratamento, estes inibidores sejam altamente eficazes, a maior parte dos cancros torna-se resistente à sua ação após cerca de um ano. Esta realidade poderá, agora, ser alterada com recurso a dois novos tipos de fármaco da família dos inibidores de panRAF, provisoriamente denominados CCT196969 e CCT241161.

Os medicamentos, que vão começar a ser, em breve, a ser testados em humanos, conseguiram, em laboratório, travar o crescimento dos melanomas, incluindo daqueles que pararam de responder às terapias comuns, tendo, também, sido capazes de bloquear este crescimento em situações em que os inibidores de BRAF nunca tinham funcionado, o que acontece em cerca de 20% dos casos.

Segundo os investigadores, tal significa que os novos fármacos têm a capacidade de bloquear simultaneamente, a atuação da proteína BRAF e as alternativas utilizadas pelas células cancerígenas para se tornarem resistentes às terapias e continuarem a multiplicar-se.

Tumores regrediram sem efeitos secundários

No caso dos dois medicamentos, uma dose de 20mg por quilograma – que, em humanos, poderá ser administrada através de um simples comprimido – provou ser suficiente para fazer regredir os tumores sem efeitos secundários significativos.

“Normalmente, no início, os melanomas respondem bem à atual geração de tratamentos, mas é inevitável que acabem por se tornar resistentes, existindo uma necessidade desesperada de encontrar opções mais eficazes”, explica, em comunicado, Caroline Springer, coautora do estudo e professora de Biologia Química do Institute of Cancer Research, em Londres.

“Os nossos novos inibidores são os primeiros de uma nova classe de fármacos que atacam os cancros sem permitir que estes continuem a crescer através do processo de resistência, o que é possível por intermédio do bloqueio de múltiplas proteínas ao mesmo tempo”, esclarece a investigadora.

De acordo com Springer, a equipa responsável pelos fármacos tem “esperança que os ensaios clínicos arranquem em breve e que esta solução venha a tornar-se a segunda ou mesmo a primeira opção para os pacientes que já tenham esgotado todos os tratamentos disponíveis e se encontrem numa fase da doença considerada incurável”.

Clique AQUI para aceder ao estudo (em inglês).

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