Ciência

Parkinson: Estimulação intracraniana corrige tremores

Investigadores da Universidade de Califórnia (EUA) descobriram que a estimulação intracraniana poderá reduzir e atrasar a evolução da doença de Parkinson, num estudo publicado no passado mês de Abril.
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A estimulação intracraniana, induzida através de implantes cerebrais, é uma das técnicas mais eficazes para controlar tremores. A técnica ainda é pouco compreendida mas uma nova investigação promete popularizar a sua utilização como tratamento, por exemplo, da doença de Parkinson.

Segundo os responsáveis pelo estudo, poucos tratamentos conseguem resultados tão eficazes e rápidos como os que são alcançados através da estimulação intracraniana, que consiste na implantação cirúrgica de dispositivos que produzem estímulos elétricos. Contudo, o facto de ser uma técnica delicada e ainda mal compreendida, tem afastado a sua aplicação.

Mas a investigação da Universidade de Califórnia conseguiu explicar de que forma esta estimulação intracraniana (DBS, termo em inglês) consegue controlar desordens do movimento. A equipa conseguiu também personalizar o nível de estimulação de que cada paciente é alvo, um elemento que também era um entrave à utilização da DBS.

Para realizarem o estudo, os especialistas mediram a atividade neuronal antes, durante e depois da estimulação intracraniana de 23 pacientes. Através de sensores colocados no exterior dos pacientes, a equipa percebeu que estes estímulos reorganizam e corrigem os circuitos neuronais, evitando repetições desnecessárias.

Cada cirurgia demorou cerca de seis horas e, durante o procedimento, os pacientes mantiveram-se acordados para realizarem testes. Uma das tarefas atribuídas aos pacientes era tocar com o dedo num ponto azul existente num ecrã, por exemplo.

A equipa confirmou que quando a DBS é ativada nos pacientes com Parkinson, os sintomas de tremor e rigidez dos movimentos diminuem drasticamente. Em contrapartida, assim que o dispositivo é desativado, os sintomas regressam instantaneamente.

Com o avanço dos estudos e com uma melhor compreensão da estimulação intracraniana e dos seus efeitos, os investigadores ampliar a sua utilização.  Neste momento, a equipa mantém cinco pacientes com implantes que estão a ser monitorizados para que se faça uma recolha permanente de dados.

“Esta terapia está generalizar-se não só para Parkinson, mas também para muitos distúrbios cerebrais relacionados com o movimento, incluindo condições psiquiátricas como a depressão, mas ninguém sabe como funciona”, afirma Philip Starr, um dos autores do novo estudo.

A doença de Parkinson é uma patologia que afeta as ligações do córtex motor, que entram em modo 'loop', e o que os investigadores da Universidade da California (EUA) descobriram foi que esta técnica de estimulação intracraniana atua, exatamente, sobre o mesmo sítio.

“Com este dois dados na mão, podemos começar a pensar em maneiras de criar estimuladores controlados automaticamente pela atividade cerebral de cada indivíduo, sendo esta a próxima inovação no tratamento de distúrbios do movimento.”

Notícia sugerida por Maria da Luz

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