O papiro pertence à coleção privada de um colecionador anónimo que contactou, em 2010, a historiadora Karen King, especialista nos primeiros anos do Cristianismo. O documento – que data do século IV – mede quatro por oito centímetros e seria uma cópia de um texto anterior de 150 d.C..
No papiro – que os especialistas acreditam ser um pequeno fragmento de um evangelho que não foi incluído no livro bíblico – pode ler-se um texto onde Jesus faz referência à sua mulher numa frase que contém a citação “Minha esposa (…)”.
A descoberta reacendeu o debate sobre a hipótese de Jesus ter sido casado (de acordo com algumas teorias, com Maria Madalena). No entanto, no comunicado publicado no site da universidade, a investigadora alerta que este papiro não prova o casamento de Jesus embora lance novas questões para este debate.
“A tradição cristã defendeu sempre que Jesus não era casado, ainda que não haja nenhuma prova histórica inequívoca sobre isso,” diz a investigadora em comunicado.
“Este novo evangelho não prova que Jesus era casado, mas revela que esta questão [do casamento] só surgiu para reforçar posições sobre sexualidade e casamento. (…) E só mais de um século após a morte de Jesus é que começaram a apelar para o Seu estado civil para sustentar suas posições”, acrescenta.
A investigadora sublinha ainda que especialistas na área, como Ariel Shisha-Halevy, perita no idioma copta, consideram “muito provável” que o papiro encontrado seja autêntico com base na linguagem e gramática utilizada.
Para Janeiro de 2013 está prevista a publicação de uma análise mais extensa por Karen King e Anne Marie Luijendiik, professora de religião na Universidade de Princeton, na revista Harvard Theological Review.
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