Criada a partir de fragmentos literários da autoria de Fernando Pessoa,
“O Sonho” é também a primeira ópera composta pelo português Pedro
Amaral. A sua estreia mundial tem lugar no Robin Howard Dance Studio, em Londres, já no
próximo domingo. Em Portugal, é apresentada em Lisboa a 3 de
maio, no Grande Auditório da Gulbenkian.
A ópera baseia-se num texto dramático homónimo que Fernando Pessoa nunca chegou a concluir, sobre Salomé, personagem bíblica. Pedro Amaral teve acesso aos textos datilografados e manuscritos pertencentes ao arquivo da Biblioteca Nacional.
“Eu sabia que ia partir de um texto desequilibrado, mas esse desequilíbrio ao mesmo tempo é fascinante porque temos uma personagem em palco que vai falando dela própria, começa a sonhar e é a partir desse sonho que nasce o espetáculo”, explica Pedro Amaral à agência Lusa.
A encenadora da ópera, Fernanda Lapa, refere que “O Sonho” é um espetáculo “sui generis”, no fundo, “um texto de juventude, com uma ação muito interior”.
Uma das particularidades da obra de Pedro Amaral é a inexistência de qualquer tipo de adereço ou cenário em palco, pelo que a música, as vozes e as marcações dos cantores em palco são os únicos e legítimos protagonistas do espetáculo.
As sopranos Carla Caramujo, Ângela Alves, Sara Braga Simões e os
barítonos Armando Possante, Mário Redondo e Jorge Vaz de Carvalho
emprestam as suas vozes ao espetáculo e serão acompanhados pela London
Sinfonietta.
Esta é uma co-produção do Serviço de Música da Gulbenkian e da delegação londrina da Fundação.