Negócios e Empreendorismo

Olivia: Um sabão de azeite artesanal e português

Já diz o provérbio que a necessidade aguça o engenho e Sara Domingos é um bom exemplo. A criatividade deu um empurrão e assim nasceu o Sabão Olivia, um sabão de azeite português, tipicamente mediterrânico e totalmente artesanal.
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Já diz o provérbio que a necessidade aguça o engenho e este é um bom exemplo. Designer de comunicação e artista plástica, Sara Domingos deparava-se a todo o momento com a necessidade de lavar as mãos e de as hidratar, mas os sabonetes e cremes existentes no mercado não a satisfaziam. A criatividade deu um empurrão e assim nasceu o Sabão Olivia, um sabão de azeite português, tipicamente mediterrânico e totalmente artesanal.

por CATARINA FERREIRA e KIMI MAGANLAL

Formada em Design de Comunicação na Faculdade de Belas Artes de Lisboa, Sara Domingos, de 39 anos, sempre se dedicou à sua área produzindo trabalhos dados a conhecer em exposições individuais e coletivas, mas a sua paixão passa também pela criação de objectos mais pequenos ligados à produção artesanal e de cariz fortemente criativo. 

“Acaba por ser algo que surgiu de uma forma natural, de uma necessidade que eu tive, relacionada com a minha profissão, e que decidi aproveitar”, revela Sara em entrevista ao Boas Notícias. “Como trabalho muito com as mãos estava sempre a lavá-las para tirar as tintas e a pôr cremes hidratantes. Mas, além de não ser prático, secavam-me muito a pele”, conta, desvendando a origem do Sabão Olivia, que começou a produzir há cerca de dois anos.

Inicialmente, o sabão destinava-se apenas a uso particular. Porém, as pessoas “foram começando a interessar-se e a gostar e eu comecei a oferecê-los, até que decidi desenvolver um pouco mais o projeto”, acrescenta a criadora. Hoje, a oferta é múltipla. Além do sabão natural, há Olivia de alfazema, urtiga, canela, rosa, flor-de-laranjeira, manjericão, pimentão, carvão vegetal e pedra pomes – o mais abrasivo e esfoliante.

Às especiarias e ervas, cultivadas por Sara, que dão uma personalidade distinta a cada um, junta-se o ingrediente principal: o azeite, que os compõe em 100% e que contribuiu até para a escolha do nome da marca. “Olivia vem de oliva, associado ao azeite, e também de uma tentativa de encontrar um nome universal, que funcionasse tanto para Portugal como para o estrangeiro”, sublinha.

“O sabão é feito em minha casa, sou eu que faço tudo, e o processo é todo manual. É a reação química entre a base alcalina e a gordura, neste caso o azeite, que tem o nome de saponificação, que produz o sabão. Depois precisa de curar durante um mês e, a partir desse momento, está pronto a usar”, esclarece a designer de comunicação.

A arte que faz nascer estes sabões, disponíveis em diferentes formatos e tamanhos, é quase como cozinhar. O conjunto de misturas, aliadas à “plasticidade de matéria”, acaba por ter “resultados surpreendentes”e origina sempre um produto único. A embalagem, também única e serigrafada à mão pela artista, dá o toque final.

Pouco perfume, muita hidratação

Segundo Sara, o sabão “pode ser utilizado para o corpo mas também para lavar a cabeça. É óptimo, por exemplo, para a queda de cabelo, e não tem todos aqueles químicos adicionados que até nos assustam quando lemos a composição de um champô ou de um gel de banho”, acrescenta.

Embora as ervas sejam uma parte do caráter dos diferentes Olivia, inspirados pela “temática mediterrânica”, o objetivo é mais “criar texturas do que propriamente cheiros”. O primeiro impulso de quem passa pelo seu ateliê, no nº 8 da Rua de São Julião, coração da Baixa lisboeta, é sempre cheirar, mas o propósito de Sara é precisamente “educar” quem a visita quanto a essa questão.

“O facto de terem um cheiro pouco acentuado acaba por ser uma forma de mostrar às pessoas que o sabão não tem de ser perfumado, porque, normalmente, o perfume é possível graças à adição substâncias que muitas vezes acabam por fazer mais mal que bem”, alerta Sara. Até porque o verdadeiro efeito se sente na pele. “Funciona mesmo, tanto que, para mim, os cremes hidratantes foram postos de lado”, confessa.

Apesar de estar instalada no centro da capital portuguesa, os turistas são ainda uma parte pouco significativa do público que se interessa pelo sabão Olivia. “Recebo muitas pessoas diferentes, acima de tudo porque, hoje em dia, há muita procura relativamente a coisas personalizadas e mais em conta”, aponta Sara, admitindo que a recetividade tem sido muito boa.

“Quem procura o meu sabão é tanto o jovem que quer um produto alternativo como a pessoa que realmente deseja adquirir algo que que faça bem à pele ou que aqui chega por questões emocionais. Há muitas senhoras que vêm ter comigo porque dizem que os Olivia as fazem lembrar dos sabões que as suas mães e avós faziam em casa”, afirma, defendendo que a vertente da emoção “é muito importante”.

Linha de rosto é o próximo objetivo

Os interessados em adquirir o sabão deverão entrar diretamente em contacto com a criadora, atualmente a única pessoa envolvida na marca e na produção, que os vende no seu próprio ateliê, apesar de se encontrem já em alguns outros locais.

Como é uma produção muito caseira, embora haja um ou outro ponto de venda, não há estrutura para um abastecimento em maior escala”, sublinha, admitindo, ainda assim, que este teria “provavelmente uma boa adesão”.

Porém, dependendo da evolução do projeto, não coloca de parte uma futura ampliação. “Tenho outros trabalhos em curso, mesmo a nível de objetos mais pequenos, como velas, por exemplo, e a fase em que estamos não é das melhores, mas não ponho de lado essa possibilidade”, garante.

Por enquanto, Sara Domingos promete continuar a alimentar a criatividade com a produção caseira do sabão Olivia e tem já alguns objetivos a curto prazo. “Quero começar agora a explorar uma linha de rosto ligada ao azeite. Deverá ser o próximo passo”, conclui.

Clique AQUI para conhecer o blog de Sara Domingos e AQUI para visitar a página do Sabão Olivia no Facebook. 

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