Dez anos depois das últimas obras de recuperação o farol precisa de nova intervenção. A Associação organizou uma visita guiada ao Farol onde são visíveis as condições degradadas da estrutura. Brechas, antigos instrumentos ferrugentos e muito entulho acumulado foram o cenário encontrado nas antigas casas dos faroleiros e na capela do Farol.
“É uma tentativa de sensibilização”, explicou o presidente da Associação Espaço e Memória, Joaquim Boiça. “É necessário intervir para que o estado de degradação não se acentue. Mas também é necessário intervir para dar àquele espaço as condições minimamente dignas para que o próprio seja ilustrador da memória do que foi”, explicou ainda à Lusa.
Filho, neto e bisneto de faroleiros, Joaquim Boiça acredita que o Bugio “poderia ser, com a boa vontade de algumas instituições [o espaço é gerido pela Direcção Geral de Faróis e pelo IGESPAR], um dos espaços mais emblemáticos para visitar na cidade de Lisboa”.
Joaquim Boiça defende que seria “interessante” criar “uma museografia diferente para aquele espaço” que poderia ainda “acolher exposições sazonais” durante os meses da primavera e verão.
Joaquim Boiça afirma que tem sido “abordado por muitos visitantes do Bugio que depois de confrontados com a realidade do farol sugerem a criação de uma Liga de Amigos do Bugio, para o valorizar e divulgar”.
“A recuperação de património envolve processos complicados, mas às vezes nasce assim, da iniciativa das pessoas”, disse Joaquim Boiça.
Pensado e construído para defender a entrada de Lisboa, o Forte do Bugio ficou concluído em 1657, depois de quase 70 anos de obras de construção. Desde cedo começa a servir também de farol, albergando faroleiros até ao final da década de 1980.