Chama-se "e-diesel" e é o novo combustível ecológico da marca alemã de automóveis Audi. A solução é amiga do ambiente e produzida sinteticamente através de hidrogénio obtido a partir da água e de dióxido de carbono (CO2) retirado do ar.
Chama-se “e-diesel” e é o novo combustível ecológico da marca alemã de automóveis Audi. A solução, que os criadores ambicionam transformar numa “rival” dos combustíveis fósseis, é amiga do ambiente e produzida sinteticamente através de hidrogénio obtido a partir da água e de dióxido de carbono (CO2) retirado do ar.
O combustível começou a ser produzido em Abril numa fábrica-piloto em Dresden, na Alemanha, em parceria com uma companhia de tecnologia energética, a Sunfire, utilizando apenas como matérias-primas a água e o dióxido de carbono, que, nesta primeira fase, está a ser obtido através de uma estação de biogás mas, futuramente, será extraído a partir do ar.
“Ao desenvolver o 'e-diesel' estamos a promover um novo combustível baseado no CO2 que permitirá a mobilidade de longa distância sem impacto no clima”, afirma, em comunicado, Reiner Mangold, responsável da Audi.
“Utilizar o dióxido de carbono como matéria-prima representa uma oportunidade não apenas para a indústria automóvel alemã, mas para que o mesmo princípio seja transferido para outros setores e países”, considera Mangold.
Contribuição crucial para proteger o ambiente
A produção deste combustível limpo inovador envolve vários passos: primeiro, a água é aquecida até se transformar em vapor, sendo, depois, “decomposta” em hidrogénio e oxigénio através de eletrólise a alta temperatura (feita a mais de 800 ºC), um método “mais eficiente do que as técnicas convencionais”.
Posteriormente, o hidrogénio “reage” com o dióxido de carbono em reatores de síntese sob pressão e, uma vez mais, sob altas temperaturas, daí resultando um líquido denominado “crude azul” que, tal como o petróleo, “pode ser refinado” para a produção de um combustível sintético “livre de enxofre e hidrocarbonetos aromáticos”.
“De acordo com testes realizados pela Audi, este combustível pode ser misturado com combustíveis fósseis ou, de futuro, ser utilizado exclusivamente”, antecipa a empresa alemã, que está a ser apoiada pelo Ministério da Educação e da Investigação alemão desde 2012.
Para Johanna Wanka, ministra daquela pasta que utilizou os primeiros cinco litros de combustível produzidos pela Audi no seu carro oficial, “este combustível sintético, feito a partir de dióxido de carbono, é um enorme sucesso em termos de investigação de sustentabilidade”.
“Se conseguirmos fazer com que o uso de CO2 como matéria-prima, estaremos a contribuir de forma crucial para a proteção do ambiente e para a utilização eficiente dos recursos, colocando em prática os princípios fundamentais da economia verde”, finaliza a governante.
Notícia sugerida por André Luís e Vítor Fernandes