Sociedade

Novas Oportunidades: Aluno mais velho tem 90 anos

João Sabino tem 90 anos e vai frequentar o 9º ano nas Novas Oportunidades em Salvaterra de Magos. O nonagenário será assim, segundo o Centro Novas Oportunidades da Escola Profissional de Salvaterra de Magos (EPSM), a pessoa mais velha a frequentar o
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[Fotografia: Entre-paginas.com]

João Sabino tem 90 anos e vai frequentar o 9º ano nas Novas Oportunidades em Salvaterra de Magos. O nonagenário será assim, segundo o Centro Novas Oportunidades da Escola Profissional de Salvaterra de Magos (EPSM), a pessoa mais velha a frequentar o programa.

“Vou começar a mexer em computadores”, contou entusiasmado João Sabino que aos 11 anos de idade começou a trabalhar no campo e não teve oportunidade de aprender as primeiras letras na escola.

“Comecei a ler aos 19 anos, quando começou a guerra”, disse à agência Lusa, confessando que a curiosidade em ler o que vinha no jornal o levou a juntar as sílabas e passar a “ler melhor” que quem lhe ensinou as primeiras letras.

A terceira classe foi tirada quando tinha já 34 anos, época em que foi feitor nas quintas da Mata do Duque e dos Fidalgos e em que começou a inventar máquinas agrícolas que, assegura, eram únicas.

“Inventei uma máquina que plantava e regava o tomate ao mesmo tempo. Foi a primeira no Mundo. Só não fiz mecanização na apanha do tomate”, disse, garantindo que na época foi o maior produtor de tomate da Europa e o melhor feitor do Ribatejo.

Foi depois, durante 38 anos, diretor de Serviços Agrícolas no Fomento da Indústria e do Tomate e, embora só falasse português, viajou para o estrangeiro, onde, revela, era alvo de todas as atenções.

João Sabino toca trompete – chegou a ganhar dinheiro para a família a tocar jazz -, escreve música e tem impressos quatro livros de poesia e um com a história da sua vida.

“São versos do ´saber da vida´. Há quem conheça as letras e não saiba viver e há pessoas que não conhecem uma letra e tratam da vida como deve ser”, é como responde a quem se espanta com o que escreve.

À Lusa confessou que obter o 9.º ano é apenas sinal de que quer continuar a aprender, porque, embora use bengala, tem “muita vitalidade” – continua a conduzir – e a cabeça “está boa”.

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