Sociedade

Jovens portugueses dão nova vida a casas degradadas

Desde que começou, o projeto Just a Change já reparou 51 casas degradadas em Portugal. Os voluntários são jovens universitários que contam com apoio de algumas entidade. Este mês, vão estar em Óbidos para recuperar as instalações (e a dignidade) de m
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Desde que começou, em 2010, o projeto Just a Change já reparou 51 casas degradadas em Portugal. Os voluntários são jovens universitários que contam com apoio de algumas entidade. Este mês, vão estar em Óbidos para recuperar as condições (e a dignidade) de mais uma mão cheia de habitações. 

por Gisela Gomes

 
 
Os voluntários da associação Just a Change já viram de tudo. Casas sem eletricidade. Outras sem água. Em muitos casos, não tem nem uma coisa nem outra. São situações de pobreza extrema que isolam estas pessoas das suas comunidades. 

Gonçalo Coimbra, co-fundador do projeto Just a Change, conta ao Boas Notícias que “há pessoas que mal saem de casa porque não podem fisicamente ou porque a própria casa não tem, por exemplo, escadas em condições e eles têm medo de escorregar”.


Alguns voluntários da Just a Change com dois técnicos profissionais e o Senhor Álvaro, do vídeo acima, que tem vindo a ajudar com outras reparações
 
A associação sem fins lucrativos Just a Change vai ao encontro destas pessoas. Restabelecem as condições necessárias para uma vida digna oferecendo a reparação das casas, num trabalho que transforma não só espaços, mas também vidas. Ou seja, uma espécie de 'Querido Mudei a Casa' mas para quem realmente precisa.
 
Um grupo em crescimento

Com sede em Lisboa, a ideia de lançar o projeto arrancou na capital portuguesa, no ano de 2010, quando dois dos sócios fundadores decidiram ir para a Baixa tocar guitarra para ganhar algum dinheiro.

 
Inicialmente, o plano dos dois amigos era usar esse valor para pagarem as suas próprias despesas mas acabaram por investir o dinheiro em refeições para pessoas sem-abrigo.  

Animados com a ideia de fazer mais pelos outros, os dois amigos acabaram por juntar um grupo maior e começaram a organizar várias ações para recolher dinheiro que investiam em ações solidárias – chegaram mesmo a fazer uma flashmob na Rua Garret com mais de 100 pessoas para angariar fundos.
 

O mesmo espaço, antes e depois: a associação Just a Change colocou nova canalização, chão, teto e instalação elétrica
 
Mas cedo, o grupo percebeu que já há vários projetos que levam refeições quentes às pessoas sem-abrigo pelo que decidiram apostar em mudar a “pobreza escondida dentro das casas”. 

“Vassouras, tintas e martelos”

Pegaram em “vassouras, tintas e martelos” e foram a caminho do primeiro desafio, conta Gonçalo. Agora, seis anos depois, a Just a Change já recuperou 51 habitações, das quais 15 pertencem a IPSS – Instituições Particulares de Solidariedade Social.

A associação conta com o apoio de autarquias e de outras instituições que fornecem alojamento (quando ficam fora de Lisboa) e materiais, sendo que muitas vezes são os donos das casas que contribuem com refeições. 

As juntas de freguesia de Campolide e da Estrela, as Câmaras de Ferreira do Zêzere e de Óbidos e entidades como a Fundação Calouste de Gulbenkian e a associação Entrajuda são alguns dos parceiros oficiais.


 
Em seis anos de trabalho, Gonçalo diz que já passaram pelos vários projetos cerca de mil jovens voluntários, sendo que no que diz respeito à parte técnica das reparações, a Just a Change contrata sempre um técnico profissional. 
 
Reabilitar o campo e a cidade

O programa aposta em duas vertentes. Ao longo do ano, está em vigor a vertente Reabilitar a Cidade, desenvolvida dentro de Lisboa com a ajuda de jovens universitários da cidade, que decorre dentro do horário laboral, pedindo-se aos voluntários para ajudarem no turno da manhã ou da tarde. 
 
Já a segunda vertente, Portugal Rural, decorre apenas no verão e conta com jovens de todo o país e até alguns participantes internacionais.

Gonçalo revela que este ano veio um voluntário dos Estados Unidos de propósito para participar num dos “campos de férias” da Just a Change, que leva 50 jovens a partes rurais e isoladas do país por dez dias. Este mês de Agosto, o grupo vai estar em Óbidos para recuperar uma dezena de casas.

 
No futuro, o Just a Change quer expandir-se para a cidade do Porto e ajudar cada vez mais pessoas, abrindo os braços a todos os jovens que queiram ajudar, desde que “tenham disponibilidade, espírito e vontade”.
 

 

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