Mundo

Jovens experimentam viver com 80 cêntimos por dia

Inconformados com um mundo em que ha quem viva com 80 cêntimos por dia e querendo alertar para o flagelo da pobreza extrema, quatro jovens norte-americanos decidiram fazer a experiência.
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Viver com apenas um dólar (cerca de 80 cêntimos) pode parecer, para nós, uma missão impossível, mas é a realidade com que se deparam diariamente milhões de pessoas em todo o mundo. Inconformados com esta situação e querendo alertar para o flagelo da pobreza extrema, quatro jovens norte-americanos decidiram fazer a experiência. O resultado é o documentário “Living On One Dollar”. 
 
Ryan Christoffersen, Sean Leonard, Zach Ingrasci e Chris Temple, estudantes de economia do Claremont McKenna College, na California, EUA, viajaram, em 2010, para a Guatemala, com um propósito bem diferente do dos tradicionais turistas, que ali encontram um destino de férias exótico e barato.
 
Durante 56 dias que passaram na pequena aldeia de Pena Blanca, os quatro jovens tentaram sustentar-se com apenas 80 cêntimos por dia, tendo gasto, ao longo de toda a experiência, um total de, aproximadamente, 172 euros (224 dólares). 
 
No decorrer desta “aventura”, os estudantes procuraram reproduzir a imprevisibilidade do ordenado dos vizinhos, que trabalham ao dia. As despesas mostraram ser muitas para um orçamento tão curto: lenha, arroz, feijão e outros mantimentos, uma tenda onde dormir (no chão) e ainda “prestações” de um microcrédito que pediram para criar o próprio local de cultivo.

Filme mudou a perspetiva dos povos locais
 
O filme que gravaram e que esperam agora colocar no circuito dos festivais de cinema mostra o quão difícil é comprar alimentos suficientes com tão pouco dinheiro, retratando também a quase impossibilidade de pagar as contas e de lidar com emergências, além de chamar a atenção para a importância do microcrédito – pequenos empréstimos a empresários locais que não conseguem créditos convencionais.
 
“Ao filmar toda a experiência, sentimos que podíamos fazer com que as pessoas que, de facto, vivem esta realidade todos os dias, fizessem esta 'viagem' connosco”, explica Chris Temple, um dos mentores da iniciativa, citado pela AP. “Pensámos que ao passar por esta experiência poderíamos torná-la mais fácil de entender e mostrar, aos nossos olhos, como é a vida nestes locais”, acrescenta.
 
Já o companheiro de viagem Zach Ingrasci admite que é fácil “dourar” as “vidas simples” das pessoas que vivem em pequenas aldeias rurais, que “não têm computadores e não são bombardeadas com informação”.
 
Porém, o jovem realça que “a realidade da subnutrição, do desemprego e da doença” é “devastadora”. Uma mera infeção intestinal causada por água contaminada e más condições sanitárias – doença que o afetou enquanto esteve em Pena Blanca e que quase os fez desistir – pode ser suficiente para matar uma criança ou deixar o “ganha-pão” da família sem capacidade de trabalhar.
 
Apesar de considerarem que podem vir a ser criticados por “brincar à pobreza”, os quatro norte-americanos asseguram que não é disso que se trata. “O mais importante para nós foi fazer com que as pessoas que estiveram connosco se sentissem parte da viagem. Quando alguém nos diz que o filme lhes mostrou as questões sob uma nova perspetiva ou os incentivou a pedir um microcrédito, por exemplo… percebemos que valeu a pena”, conclui Ingrasci.

Clique AQUI para aceder ao site do projeto “Living On One Dollar” e AQUI para aceder ao canal dos quatro jovens no Youtube onde poderá encontrar vídeos das suas aventuras na Guatemala e outras novas iniciativas. 

[Notícia sugerida por David Ferreira]

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