Cultura

Inglesa investe 2ME para recuperar forte em Setúbal

O Forte de Albarquel, em Setúbal, vai ser recuperado e transformado num complexo cultural graças a um investimento de mais de dois milhões de euros da filantropa britânica Helen Hamlyn.
Versão para impressão
O Forte de Albarquel, em Setúbal, antiga instalação militar que esteve abandonada durante várias décadas, vai ser recuperado e transformado num complexo cultural graças a um investimento de mais de dois milhões de euros da filantropa britânica Helen Hamlyn.
 
A fortificação, que estava sob a tutela do Estado português, foi, esta quinta-feira, cedida, gratuitamente, à Câmara Municipal de Setúbal, por um período prorrogável de 32 anos, com a assinatura de um protocolo que decorreu durante uma cerimónia realizada no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
 
O objetivo da “devolução” desta estrutura, localizada junto à Praia de Albarquel, em pleno Parque Natural da Arrábida, ao município setubalense, é valorizá-la e colocá-la “ao serviço dos munícipes e dos visitantes”, bem como promover a qualidade urbanística “dos espaços exteriores envolventes”.
 
Em comunicado, a autarquia revela que o forte vai ser alvo “de um projeto de reabilitação geral” no valor de mais de dois milhões de euros que será impulsionado pela Câmara em parceria com a fundação inglesa The Helen Hamlyn Trust, que já apoia, também, a realização do Festival de Música de Setúbal.


O Forte de Albarquel, edifício de arquitetura militar seiscentista, integrou a linha defensiva do trecho litoral implementada no reinado de D. João IV © CM Setúbal
 

“Estamos perante um momento histórico para a cidade”, assegura Maria das Dores Meira, presidente do município. Segundo a autarca, o protocolo assinado com o Estado fica registado “na história da cidade e deste monumento seiscentista, fechado, degradado e abandonado há largas décadas”, porque assinala “o início de uma transformação que era exigida pelos setubalenses”. 
 
A reabilitação da fortificação vai dividir-se em três componentes, a primeira das quais é de índole museológica e expositiva, envolvendo “a instalação de um núcleo museológico permanente e temporário” dirigido “aos cidadãos em geral, mas sobretudo aos alunos dos diversos níveis de ensino”, adianta a autarquia.
 
Uma segunda valência do espaço prevê, por outro lado, a realização de manifestações culturais e artísticas de caráter mais restrito, incluindo concertos de música de câmara, recitais de poesia, apontamentos teatrais, apresentações de obras literárias e mostras de artes plásticas. 
 
Finalmente, o Forte de Albarquel vai ser utilizado como sala de visitas de Setúbal com vista à receção de individualidades, corpos diplomáticos, delegações estrangeiras, investidores e empresas, procurando-se, desta forma, “capitalizar” o seu “enquadramento natural”. 

Reabilitação deverá estar concluída em 2016
 

A recuperação do monumento deverá estar concluída em 2016 e será conduzida a par da requalificação de toda a zona da Praia de Albarquel, que poderá, desta forma, “registar um notável impulso e, assim, transformar-se num pólo turisítico de excelência”, acredita Maria das Dores Meira.
 
Para Berta Cabral, secretária de Estado Adjunta e da Defesa Nacional, a cedência do imóvel à autarquia setubalense permite “dar uma nova vida a um património que é da população, instalado numa zona privilegiada de Setúbal e da região”. 
 
Segundo a governante, esta transferência patrimonial, integrada num plano do Estado para a reativação de antigas instalações militares com novas funções, especialmente “nas vertentes de turismo e economia”, materializa “um sentimento de realização, sobretudo para os responsáveis diretos do município”. 
 
O Forte de Albarquel, edifício de arquitetura militar seiscentista, integrou a linha defensiva do trecho litoral implementada no reinado de D. João IV, entre 1640 e 1656, e que se estendia de Albarquel a Sesimbra, complementando a defesa da povoação marítima de Setúbal.

Helen Hamlyn é conhecida por trabalhos filantrópicos

Lady Helen Hamlyn, que vai apoiar a reabilitação do forte setubalense, é uma das mais célebres filantropas britânicas. Em parceria com o marido, começou por desenvolver trabalhos de filantropia no campo das artes, da educação e da justiça social, aumentando, depois, o seu âmbito de intervenção com a criação da sua própria fundação.

A The Helen Hamlyn Trust tem como principal missão o apoio ao desenvolvimento de projetos inovadores nas áreas da medicina, artes, cultura, educação, bem-estar, envelhecimento ativo, relações internacionais e conservação patrimonial que estejam associados aos interesses de Helen Hamlyn e do falecido marido, Lord Paul Hamlyn.

 
A inglesa tornou-se particularmente famosa nas décadas de 80 e 90 pelos esforços que conduziu no sentido de aumentar o acesso de todos à Royal Opera House, no Reino Unido. Em 1999, fundou, também no seu país, o The Helen Hamlyn Centre for Inclusive Design com o objetivo de financiar projetos de design que queiram melhorar vidas.

Notícia sugerida por Elsa Martins e Maria Pandina

Comentários

comentários

PUB

Live Facebook

Correio do Leitor

Mais recentes

Passatempos

Subscreva a nossa Newsletter!

Receba notícias atualizadas no seu email!
* obrigatório

Pub

Este site utiliza cookies. Ao navegar no site estará a consentir a sua utilização. Saiba mais aqui.

The cookie settings on this website are set to "allow cookies" to give you the best browsing experience possible. If you continue to use this website without changing your cookie settings or you click "Accept" below then you are consenting to this.

Close