Ciência

Exercício físico reverte envelhecimento da pele

O exercício físico é capaz de reverter o envelhecimento da pele. De acordo com um novo estudo canadiano, a prática de atividade física tem 'poderes' de rejuvenescimento a nível cutâneo.
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O exercício físico é capaz de reverter o envelhecimento da pele. De acordo com um novo estudo canadiano, a prática de atividade física tem 'poderes' de rejuvenescimento a nível cutâneo, mesmo quando os indivíduos apenas começam a exercitar-se em fases tardias da vida.
 
A conclusão é de uma investigação levada a cabo por cientistas da Universidade McMaster em Ontário, no Canadá, e cujos resultados foram apresentados este mês na conferência anual da  Sociedade Médica Americana para a Medicina do Desporto que decorreu em Nova Orleães, EUA.
 
Na sequência de trabalhos anteriores, a equipa canadiana tinha já constatado que um regime regular de exercício físico conseguia fazer recuar os sinais de envelhecimento em ratinhos, mantendo os seus corações, cérebros, músculos e órgãos reprodutivos saudáveis e travando até a perda de pelo e o aparecimento de pelagem de cor cinzenta com a idade. 
 
Os investigadores, coordenados por Mark Tarnopolsky, professor de pediatria e ciências do exercício na Universidade McMaster, decidiram, então, avaliar a possibilidade de o exercício também evitar o envelhecimento da última camada da epiderme humana, a derradeira proteção do organismo, através de um pequeno estudo com 29 voluntários.
 
Metade dos participantes – homens e mulheres com idades entre os 20 e os 84 anos – eram fisicamente ativos, fazendo, pelo menos, três horas de exercício moderado a vigoroso por semana, ao passo que os restantes levavam um estilo de vida sedentário, realizando menos de uma hora de atividade física semanal.
 
Os especialistas recolheram uma amostra microscópica de pele das nádegas dos voluntários – uma vez que queriam analisar um pedaço de pele que não estivesse frequentemente exposto ao sol – e compararam-nas entre si.
 
A comparação inicial foi feita por idade, o que produziu os resultados expectáveis, com as camadas superficiais da pele dos mais velhos a apresentarem maiores danos. Quando a comparação passou a ter em conta os hábitos dos participantes em termos de exercício, porém, as conclusões surpreenderam os cientistas.
 
A partir dos 40 anos, concluiu a equipa, os homens e mulheres que faziam exercício regular apresentavam menos sinais de envelhecimento, com o estado da pele a mostrar ser mais semelhante à composição cutânea esperada aos 20 e aos 30 anos. 
 
Para colocar de parte a influência de outros fatores – nomeadamente a dieta, a genética e o estilo de vida – nas observações efetuadas e garantir que era, de facto, o exercício o responsável por estas alterações, Tarnopolsky e os colegas submeteram, posteriormente, um grupo de voluntários sedentários com 65 ou mais anos e com pele normal para a idade à prática de atividade física.

Depois de um programa regular e intenso de treinos ao longo de três meses, voltaram a recolher amostras cutâneas através de biópsia e verificaram a existência de grandes diferenças, com as camadas exteriores e interiores da pele a apresentarem caraterísticas muito mais idênticas às associadas à faixa etária entre os 20 e os 40 anos.


Benefícios do exercício físico são insubstituíveis
 
“Não quero sobrevalorizar os resultados mas, de facto, são impressionantes”, afirmou o coordenador do estudo, citado pelo jornal norte-americano New York Times, acrescentando que a pele dos voluntários “parecia muito mais ser a de uma pessoa mais jovem e a única alteração que fizeram nas suas vidas foi a introdução do exercício”.
 
Os investigadores não conseguiram, ainda, explicar com precisão de que forma a atividade física altera a composição da pele, mas suspeitam que estes benefícios estejam relacionados com as modificações, desencadeadas pelo exercício, nos níveis de substâncias produzidas pelos músculos quando estes são colocados em funcionamento, nomeadamente as mioquinas, em particular a mioquina IL-15.
 
Tarnopolsky avisou, no entanto, que é improvável que a introdução, a partir do exterior, destas substâncias no organismo (quer por meio de uma injeção, quer, por exemplo, de um comprimido) venha alguma vez a ser capaz de replicar os benefícios do exercício físico e frisou que não há evidências de que a atividade física consiga remover rugas ou outros danos causados pela exposição solar. 

Notícia sugerida por António Resende

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