Duas irmãs gémeas separadas à nascença encontraram-se, este mês, pela primeira vez desde o nascimento de ambas, em 1936. Trata-se da separação mais longa entre irmãs gémeas conhecida, atualmente, em todo o mundo.
Duas irmãs gémeas separadas à nascença encontraram-se, este mês, pela primeira vez desde o nascimento de ambas, em 1936. Após 78 anos e várias conversas no Skype a partir do momento em que se descobriram, Ann Hunt e Liz Hamel puderam, finalmente, partilhar um primeiro abraço no estado norte-americano da Califórnia.
O encontro foi filmado pela BBC News, que decidiu documentar a história de Hunt e Hamel pelo facto de este ser o caso de uma separação mais longa entre irmãs gémeas conhecido, atualmente, em todo o mundo.
Ann e Liz foram separadas ao nascer, em Inglaterra, quando a mãe, uma empregada doméstica, tinha 33 anos. Por não ter condições de proporcionar uma boa vida a duas crianças, a progenitora decidiu dar uma das filhas para a adoção – Ann, que veio mesmo a ser adotada por um casal britânico e apenas descobriu que tinha uma irmã há cerca de um ano.
Liz Hamel, que também cresceu como filha única, viveu também em Inglaterra até ter conhecido o marido, norte-americano, altura em que se mudou para os EUA, onde teve dois filhos. “[A nossa mãe] descobriu que estava grávida e o nosso pai biológico fugiu”, razão pela qual a mãe abdicou de umas crianças, contou Hamel ao jornal local Orange County Register.
Foi só depois da morte da mãe adotiva que Ann Hunt decidiu saber mais sobre a mãe biológica e foi assim que veio a saber que tinha uma irmã. Uma das suas três filhas conseguiu desvendar o paradeiro de Liz Hamel e enviou-lhe uma carta e, desde então, as duas irmãs começaram a falar ao telefone e através do Skype.
Primeiro abraço foi momento de grande emoção
O encontro foi, entretanto, tornado possível graças à iniciativa de uma investigadora norte-americana, Nancy Segal, uma psicóloga especialista no estudo dos gémeos, que, contactada pelo filho de Hamel, se interessou pela história e decidiu reunir as duas irmãs num hotel em Fullerton, Califórnia.
“Este é um caso raro, cheio de interesse humano e valor científico. Trata-se de uma oportunidade única”, salientou a investigadora, que se tem dedicado à análise do papel dos genes e do ambiente no desenvolvimento humano em irmãos gémeos, em entrevista à publicação californiana.
O primeiro abraço foi um momento de grande emoção para as duas irmãs, que se mostraram fascinadas por terem, por fim, a oportunidade de se conhecer depois de nove meses partilhados no útero da mãe.
“Questionamo-nos acerca de alguém e acerca de como é esse alguém e, de repente, a pessoa está aqui. É um choque”, admitiu Hamel, durante o reencontro. “É um choque e uma alegria”, completou a irmã.
Embora ainda estejam a aguardar os resultados de um teste para o confirmar, Ann Hunt e Liz Hamel deverão ser gémeas “falsas” ou dizigóticas, isto é, formadas a partir de dois óvulos e que não dividiram o mesmo saco amniótico, o que explica o facto de, apesar de semelhantes, não serem totalmente idênticas.
Notícia sugerida por Maria da Luz