Ciência

Estudo revela como ler influencia a atividade cerebral

Uma equipa de investigadores da Universidade de Emory, nos EUA, descobriu de que forma é que um livro e uma boa história influenciam o nosso cérebro. Segundo o estudo, os efeitos da leitura afetam a biologia do cérebro de cada um, durante vários dias
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Uma equipa de investigadores da Universidade de Emory, nos EUA, descobriu de que forma é que um livro e uma boa história influenciam o nosso cérebro. Segundo o estudo, os efeitos da leitura afetam a biologia do cérebro de cada um, durante vários dias, depois de ler um romance. 
 
Os resultados da investigação dão conta de alterações ao nível das ligações do cérebro durante os períodos de repouso que, depois de ler um romance, teimam em persistir. 
 
“Há histórias que moldam as nossas vidas. Nalguns casos, elas ajudam as pessoas a definir a sua identidade”, afirma o neurocientista Gregory Berns, líder da investigação e diretor do Emory's Center for Neuropolicy. “Queremos saber como é que as histórias entram no nosso cérebro e que efeitos têm nele”. 
 
A pesquisa teve por base o uso de imagens obtidas por ressonância magnética (fMRI) e começou por identificar os diferentes esquemas de atividade do cérebro durante os períodos de leitura. Mais tarde, focou-se nos efeitos neurológicos consequentes da leitura de uma narrativa, tendo como amostra de estudo 21 estudantes universitários e o livro 'Pompeia', de Robert Harris, como exemplo experimental. 
 
A escolha da obra teve em conta a forte linha narrativa e revirar de acontecimentos presentes naquele que é um relato real da erupção do Monte Vesúvio, em Itália. “A história acompanha um protagonista que se encontra fora da cidade de Pompeia e que, ao dar conta de várias coisas estranhas que começam a acontecer à volta do vulcão, tenta voltar para dentro da vila para salvar a mulher pela qual está apaixonado. Entretanto o vulcão entra em erupção”, resume o responsável. 
 
Cada um dos participantes foi submetido a exames de fMRI ao cérebro, antes e depois da leitura. Os mesmos eram examinados pela manhã e incutidos de ler um excerto de várias páginas, todos os dias, à tarde. Para confirmar se tinham, efetivamente, lido a secção pretendida do livro, os participantes tinham de responder a um conjunto de perguntas sobre a mesma, antes de serem novamente examinados, já com o cérebro em período de descanso. 
 
Depois de lida a obra completa, os estudantes foram submetidos a ressonâncias magnéticas durante mais cinco dias, para determinar, afinal, qual o verdadeiro impacto da história ao nível do seu cérebro. Os resultados deram conta do fortalecimento da conectividade cerebral na zona do córtex temporal esquerdo, associada à recetividade e aprendizagem das línguas. 
 
Também no sulco central do cérebro, onde se encontra o motor sensorial primário, se verificou uma atividade cerebral mais intensa. Esta zona é responsável pela representatividade de sensações ao nível do corpo.

“Demos conta de mudanças neurológicas associadas às sensações físicas e aos sistemas de movimento, o que sugere que a leitura de um romance pode, efetivamente, transportar-nos para dentro do corpo do protagonista”, refere Berns.

Saiba mais AQUI.

Notícia sugerida por Maria da Luz

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