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Esperança de vida mundial cresceu mais de 10 anos

A população mundial ganhou mais de 10 anos de esperança de vida desde 1970. A conclusão é de um relatório que reúne dados relativos a 187 países e que foi publicado na primeira tripla edição da revista científica The Lancet.
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A população mundial ganhou mais de 10 anos de esperança de vida desde 1970. A conclusão é de um relatório que reúne dados relativos a 187 países e que foi publicado na primeira tripla edição da revista científica The Lancet, que inclui sete artigos científicos e diversos comentários. 
 
O estudo, intitulado “Peso Global das Doenças 2010”, é descrito como o maior esforço de sistematização para descrever a distribuição global e as causas de uma variedade de doenças, lesões e fatores de risco para a saúde. Apesar do aumento significativo da esperança de vida, o relatório mostra que praticamente não mudaram as diferenças entre os países com melhores e piores resultados.
 
A partir dos artigos publicados é possível constatar, nos homens, um aumento da esperança de vida na ordem dos 11,1 anos entre 1970 e 2010 – em média, estes passaram a viver 67,5 anos em vez dos anteriores 56,4. A esperança de vida das mulheres aumentou ainda mais: 19,8%, isto é, 12,1 anos, o que corresponde a um “salto” médio de 61,2 anos para 73,3 anos de vida no período em causa.
 
As mulheres japonesas eram, em 2010, as que tinham maior esperança de vida (85,9 anos), ao passo que os homens islandeses eram os que viviam mais: em média, 80 anos. Em oposição, o Haiti era, à data, o país com mais baixa esperança de vida em ambos os géneros: 32,5 nos homens e 43,6 nas mulheres, sobretudo devido ao forte sismo daquele ano.
 
Houve também regiões que contrariaram a tendência e registaram quedas substanciais na esperança de vida. É o caso, por exemplo, da África Subsaariana como um todo, onde a esperança de vida caiu 1,3 nos homens entre 1970 e 2010 e 0,9 anos nas mulheres devido à epidemia de VIH/SIDA.

Doenças crónicas e mentais substituem doenças infecciosas
 
O estudo, baseado em dados recolhidos ao longo de cinco anos por 486 cientistas de 302 instituições em 50 nações, destaca ainda que, a par do aumento da esperança de vida e do envelhecimento da população mundial, surge uma substituição das doenças infecciosas e dos males infantis relacionados com a malnutrição por doenças crónicas, lesões e doenças mentais, uma situação que apenas não se verifica na África Subsaariana.
 
“Essencialmente, o que nos torna doentes não é necessariamente o que nos mata. Embora o mundo tenha feito um excelente trabalho a combater doenças fatais – especialmente doenças infecciosas – vivemos agora com mais problemas de saúde que causam muita dor, afetam a nossa mobilidade e nos impedem de ver, ouvir e pensar claramente”, sublinha a The Lancet no anúncio do estudo.
 
Ao passo que o peso da malnutrição teve uma quebra de dois terços a nível mundial, a alimentação desequilibrada e a falta de exercício físico estão a contribuir para um aumento das taxas de obesidade e outros fatores de risco, como a hipertensão, representando já 10% do peso total das doenças.
 
Há ainda a destacar a maior redução de sempre da taxa de mortalidade infantil, que caiu mais do que alguma vez se tinha estimado, e um aumento de 44% no número de mortos com idade entre os 15 e os 49 anos entre 1970 e 2010 em consequência do aumento da violência e do desafio do VIH/SIDA, que matou, nesse período, 1,5 milhões de pessoas anualmente. 
 
O estudo em causa resulta de um projeto liderado pelo Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME) da Universidade de Washington e tem como propósito fornecer uma nova plataforma para avaliação dos maiores desafios mundiais na área da saúde, bem como novas formas de os abordar.

Clique AQUI para aceder ao especial da The Lancet sobre este tema (em inglês). 

[Notícia sugerida por Patrícia Guedes]

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